“É importante dizer que, para vir pra cá, precisa ter profissão, estudo. Que o custo de vida aqui não é barato. Me parece que as pessoas que fizeram a mudança aqui eram baianos e goianos… não queremos isso para o município. Se vier uma infestação aqui de baianos e goianos, vai começar a ter fome, vão ter que invadir algum lugar “, disse o prefeito, de acordo com matéria publicada pelo jornal Contexto, de Carlos Barbosa, no último dia 5.
Leia também
A declaração do prefeito gaúcho, dada em um festival do queijo, provocou reações em Goiás e na Bahia, onde foi destacada em redes sociais e nos jornais. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) cobrou no Twitter um pedido de desculpas do pedetista. “Tenho certeza que os gaúchos estão envergonhados com o prefeito”, escreveu o parlamentar goiano. “Goiás recebe muito bem os gaúchos, baianos, gente de qualquer outro estado. Eles ajudam o nosso estado a crescer, a se desenvolver!”, acrescentou.
“Forte apreço”
Na nota divulgada hoje, Francisco Xavier disse que tem “forte apreço pelo povo de qualquer lugar do Brasil, especialmente aos baianos e goianos, citados equivocadamente e de forma infeliz” por ele. Pela quarta vez à frente do município, o prefeito disse que não houve maldade em seu discurso e que não quis ofender ninguém.
“O que quis dizer é que se as pessoas quiserem vir pra cá, podem vir que serão bem recebidas. Minhas colocações foram na intenção de expor que as pessoas venham com condições de se manter, com qualificação, para facilitar a conquista de um emprego, para que vivam com dignidade, porque o custo de vida é muito alto aqui. Não posso concordar em ver qualquer cidadão passando necessidades, me dói muito isso”, escreveu.
PublicidadeVeja a íntegra da nota do pedido de desculpas do prefeito:
“Peço desculpas pelo ocorrido. Nunca houve maldade em meu discurso e não foi intenção ofender qualquer cidadão, de qualquer lugar do país. O que quis dizer é que se as pessoas quiserem vir pra cá, podem vir que serão bem recebidas. Minhas colocações foram na intenção de expor que as pessoas venham com condições de se manter, com qualificação, para facilitar a conquista de um emprego, para que vivam com dignidade, porque o custo de vida é muito alto aqui. Não posso concordar em ver qualquer cidadão passando necessidades, me dói muito isso. Eu sei o que é passar por dificuldades. Paguei aluguel por 21 anos antes de conseguir financiar minha casa. Me entristece ver algumas famílias que vem pra cá em condições de vulnerabilidade social, passando enormes dificuldades. Isso que eu gostaria de evitar, o sofrimento destas pessoas. O Município tenta ajudar o máximo possível, mas temos nossas limitações, e nunca conseguimos auxiliar o suficiente. Como de costume, minhas falas são sempre espontâneas, nunca faço uso de discursos escritos. Estou muito abalado pela proporção que teve uma fala “atrapalhada”, mas sem má fé. Humildemente reafirmo em público minhas escusas pelo ocorrido e manifesto meu forte apreço pelo povo de qualquer lugar do Brasil, especialmente aos baianos e goianos, citados equivocadamente e de forma infeliz por mim”.
Veja a declaração dada pelo prefeito, segundo o jornal Contexto:
“O que falar de uma cidade como a nossa, que não tem desemprego, limpa, que tem atendido uma série de necessidades básicas? Não temos favela, invasão, gente morando embaixo de lona, de madeirite. Mas temos que ter cuidado ao falar sobre isto. Se colocarmos que aqui só tem coisas boas, as pessoas pensam: ‘vou para lá!’ Botam a mudança em um caminhão, e vamos ver todas as coisas que não queremos. É importante dizer que, para vir pra cá, precisa ter profissão, estudo. Que o custo de vida aqui não é barato. Me parece que as pessoas que fizeram a mudança aqui eram baianos e goianos… não queremos isso para o município. Se vier uma infestação aqui de baianos e goianos, vai começar a ter fome, vão ter que invadir algum lugar… e passamos a ter problemas no futuro e quem sabe a nossa tranquilidade e qualidade de vida comecem a cair”.