A Polícia Federal desautorizou, em nota, o delegado Milton Fornazari Junior, da Delegacia de Combate à Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor) em São Paulo, que defendeu prisão de “outros líderes de viés ideológico diverso” do ex-presidente Lula, como “Temer, Alckmin, Aécio etc”. O presidente Michel Temer (MDB), o senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) são alvos de inquéritos da Operação Lava Jato, a mesma que levou Lula à prisão.
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Além de destacar que as declarações de Fornazari são de “cunho exclusivamente pessoal”, a PF anunciou a adoção de medidas administrativo-disciplinares em “relação ao caso concreto”.
“As declarações proferidas são de cunho exclusivamente pessoal e contrariam o normativo interno referente a manifestações em nome da instituição”, destaca o comunicado.
Em texto publicado no Facebook no último sábado (7), enquanto o ex-presidente Lula era preso, o delegado defendeu a prisão de outras lideranças políticas para que não prospere a tese de que o petista é alvo de perseguição política”.
“Agora é hora de serem investigados, processados e presos os outros líderes de viés ideológico diverso, que se beneficiaram dos mesmos esquemas ilícitos que sempre existiram no Brasil (Temer, Alckmin, Aécio etc)’”, escreveu. Em seguida, ele apagou a mensagem. “Para você que gosta de me monitorar aqui, não adianta se articular, vamos continuar prendendo os corruptos de todos os gêneros”, avisou.
Fornazari chefiou a Delecor entre outubro de 2015 e novembro de 2016. Ele continua na delegacia no comando de inquéritos sobre corrupção e crimes financeiros.
A decisão da PF difere da adotada pela Força Aérea Brasileira (FAB) que não identificou nem anunciou medidas contra o homem que hostilizou Lula na partida do voo para Curitiba no último sábado. “Leva e não traz nunca mais”, diz uma voz masculina ao piloto, que, por sua vez, repreende o interlocutor: “Vamos tratar só do necessário. Vamos respeitar o nosso trabalho aqui”.
O interlocutor insiste: “Eu respeito mas manda este lixo janela abaixo aí…”. A conversa é interrompida por uma voz feminina. “Pessoal, a frequência é gravada e pode ser usada contra a gente. Então, mantenham a fraseologia padrão, por gentileza”, adverte.