O deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP) ganhou mais um dia em sua guerra para não perder o mandato de parlamentar. Prevista para ocorrer amanhã, o Conselho de Ética adiou para quinta-feira (27) a votação do parecer do relator Júlio Delgado (PSB-MG), que pediu a cassação do petista. É a quarta vez consecutiva que a comissão adia a sessão para votar o texto.
O adiamento se deve ao pedido de vistas feito pela deputada Angela Guadagnin (PT-SP) na reunião da última quinta-feira (20) ao relatório de Delgado. Com isso, a votação foi adiada por duas sessões plenárias, de acordo com o regimento interno da Casa.
Em São Paulo, pouco antes de embarcar rumo a Brasília, o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), adiantou ao Congresso em Foco que pretende conversar com a petista para negociar um acordo e tentar votar antes o parecer que pede a cassação do ex-ministro. Porém, reforçou que a comissão deve mesmo esperar o prazo regimental e adiar a votação para a quinta-feira.
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A votação do parecer de Delgado estava marcada para esta terça-feira. O parlamentar foi obrigado a ler, em uma sessão convocada às pressas na última quinta-feira, quase metade de seu relatório. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), mandou anular parte da sessão realizada na terça-feira anterior, quando o documento foi lido na íntegra. Segundo Rebelo, a reunião invadiu o período de votações em plenário, o que é vedado pelo regimento interno da Casa.
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Foi na reunião de releitura de Delgado quando Guadagnin encaminhou vistas ao parecer. O Conselho de Ética tentou considerar a sessão de sexta-feira como uma das duas reservadas à parlamentar como prazo para análise do texto. Mas, a Mesa Diretora invalidou a reunião por falta de quorum.
Novamente, o Conselho tentou contar a reunião plenária desta segunda-feira como uma das duas reservadas para o pedido de vistas. Porém, outra vez por falta de quorum, a Mesa anulou a sessão. Com isso, o tempo de duas sessões passa a ser contado a partir de amanhã.
O presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), chegou a fechar um acordo com a deputada petista, antes da reunião da quinta-feira passada, para votar o parecer nesta terça-feira. Porém, o acordo foi desfeito depois que o petebista convocou a sessão às pressas para a releitura do parecer de Delgado, na quinta. “Depois disso, houve fatos novos. Então, meu pedido de vistas está mantido até que o presidente (Izar) me ligue propondo um novo acordo”, afirmou Guadagnin. (Diego Moraes)