Mário Coelho
O presidente em exercício da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Cabo Patrício (PT), convocou os deputados suplentes para uma reunião na próxima segunda-feira (1º). Para o petista, eles só devem tomar posse “no momento oportuno”, o que, na visão do petista, será quando as comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e Especial, que analisarão os processos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (sem partido), estiverem funcionando. Ontem (27), os suplentes prometeram até entrar na Justiça caso não tomem posse.
Em nota distribuída à imprensa na tarde de hoje, Patrício diz que a convocação atende a uma decisão judicial que prevê a atuação dos suplentes somente nas etapas do processo de impeachment. Na semana passada, o juiz da 7ª Vara da Fazenda Pública do DF Vinícius Santos Silva determinou o afastamento de todos os deputados envolvidos no mensalão do Arruda. Os oito titulares e dois suplentes citados no inquérito da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, respondem a processos por quebra de decoro parlamentar na Câmara Legislativa.
“Quem definiu os âmbitos da atuação foi a Justiça. Nós temos que seguir essa determinação”, disse Patrício na nota. Ele também afirmou que pedriá aos suplentes que formalizem os pedidos para uso de assessores e de espaço físico e de equipamentos. De acordo com o texto, após o recibimento das solicitações, o petista vai encaminhá-los à Mesa Diretora para análise. Ao dar posse aos distritais, a CLDF terá um gasto extra de R$ 100 mil mensais, entre salários e verba indenizatória.
Investigação
Após causar o encerramento da sessão de ontem, a denúncia feita pelo jornalista Ricardo Noblat em seu blog, de que deputados teriam recebido R$ 4 milhões para votar contra o impeachment de Arruda, pode virar alvo de investigação pela Polícia Federal. A bancada do PT vai solicitar amanhã ao delegado que investiga o mensalão do Arruda, Alfredo Junqueira, que ele também analise as informações de que deputados da base receberão propina para votar contra os pedidos de impeachment do governador.
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