O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS), e a líder da minoria na Casa, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), afirmaram nesta segunda-feira (10) que os partidos de oposição pretendem obstruir todas as votações no plenário e só recuará dessa postura se o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, for afastado do cargo.
Os parlamentares, que veem “atitudes criminosas” em mensagens trocadas pelo então juiz federal com o procurador Deltan Dallagnol durante investigações da operação Lava Jato, afirmam que a medida valerá inclusive para temas como a reforma da Previdência, cujo parecer na comissão deve ser apresentado nesta quinta-feira (13) pelo relator do texto, Samuel Moreira (PSDB-SP).
“São atitudes criminosas diante da lei brasileira, há claro ferimento da imparcialidade, há promiscuidade entre poderes e isso precisa ser investigado e deve levar ao afastamento do ministro Moro”, cobrou Feghali. Pedidos de convocação do ministro e a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) estão sendo articuladas no Congresso.
Leia também
A divulgação das mensagens, obtidas pelo site Intercept, dividiu os parlamentares. Enquanto os opositores afirmam que os textos provam que Moro orientava o MPF e debatia estratégias com Dallagnol enquanto era magistrado, os apoiadores do ministro não veem ilegalidade nas conversas e pedem punição a quem invadiu os celulares dos procuradores.
“Quero cadeia para o hacker que invadiu os telefones de Moro e dos procuradores”, exigiu a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP). Grupos próximos a Moro, como a chamada bancada da bala, também prestaram solidariedade ao ministro.
> Ação de Moro e Dallagnol pode tornar nulas decisões da Lava Jato