O Globo
Pressão sobre Serra aumenta após pesquisa
O crescimento da pré-candidata petista, Dilma Rousseff, na última pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial fez a oposição entrar em estado de alerta. Isso porque a redução da vantagem do governador paulista José Serra (PSDB) em relação a Dilma, de 14 para quatro pontos percentuais, foi maior do que se esperava. Os tucanos temem que isso reforce as especulações de que Serra poderia trocar a acirrada disputa nacional por uma reeleição mais tranquila em São Paulo. Outra preocupação para a oposição é a redução da diferença entre ele e Dilma no Sudeste, de 22 para 14 pontos. Com isso, aumentam também as pressões para que o governador de Minas, Aécio Neves, aceite ser vice na chapa de Serra.
Militantes aclamam pré-candidatura de Yeda Crusius
Uma festa tucana anteontem, em Imbé, no litoral Norte do Rio Grande do Sul, se transformou em um lançamento informal do nome da governadora Yeda Crusius para a reeleição. Os tucanos aproveitaram o encontro para apresentar os nomes dos concorrentes à Assembleia, à Câmara e ao Senado. O lançamento oficial da campanha de Yeda, envolvida em denúncias de corrupção, será em abril, com a presença de dirigentes nacionais do PSDB, como o governador José Serra. A governadora foi recebida no encontro pela ala jovem do PSDB. Um grupo com bandeiras e faixas festejou ao som de jingles da campanha de Yeda ao governo em 2006. Em seu discurso, ela criticou a oposição, a quem acusou de tentar enfraquecer as instituições gaúchas por meio da série de denúncias que marcam os últimos dois anos da gestão do PSDB.
Momento decisivo para tucano
O resultado da pesquisa Datafolha indica um único caminho para Serra: explicitar sua candidatura à sucessão presidencial. É essa a avaliação de especialistas ouvidos pelo GLOBO. Para o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, Serra teria que tomar decisões de impacto, como anunciar logo a candidatura a presidente e formar uma chapa de peso, possivelmente com o governador mineiro, Aécio Neves, como vice. Paulino lembra que Dilma tirou votos do tucano, que perdeu eleitores inclusive no Sudeste, onde sempre foi muito forte.
TSE quer acesso mensal a contas eleitorais
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quer ter acesso, durante a campanha de 2010, aos extratos bancários de candidatos, comitês financeiros e partidos, sem depender da prestação de contas mensal prevista em lei. A ideia é firmar parceria com o Banco Central (BC), que ficaria responsável por repassar à Justiça Eleitoral extratos mensais das contas específicas criadas para arrecadação e gastos de campanha.
Partidos se dizem a favor de controle, mas criticam demora e falta de critério
Pelo menos no discurso, os partidos, governistas ou de oposição, não pretendem se opor à iniciativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de fechar um convênio com o Banco Central para ter acesso, durante a campanha de 2010, aos extratos bancários de candidatos, comitês financeiros e partidos, sem depender da prestação de contas mensal prevista em lei.
– Não conheço a proposta ainda, mas tudo que servir para dar mais transparência à utilização do dinheiro público terá o nosso apoio – antecipou o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).
Supersalários de até R$52 mil no TJ da Bahia
Remunerações que chegam a R$52 mil e descumprimento da lei que obriga que metade dos cargos de confiança seja ocupado por servidores concursados foram descobertos depois que o o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) foi obrigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a divulgar sua folha de pagamento. Diretores, chefes, supervisores e assessores que exercem cargos de confiança no TJ-BA recebem irregularmente o benefício conhecido como “adicional de função”. A resolução 88 do CNJ indica que pelo menos 50% dos cargos de confiança sejam ocupados por servidores da casa. Mas, dos 617 postos de confiança, apenas 129 são ocupados por servidores efetivos (20,9%). Outros 488 (79,9%) são ocupados por profissionais sem vínculo efetivo com o TJ-BA.
Arruda: ex-aliados defendem renúncia
Deputados distritais que apoiavam o governo de José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) na Câmara Legislativa do Distrito Federal abandonaram o tom de cautela e aumentaram ontem a pressão para que ele renuncie ao mandato. O relatório que pede a abertura do processo de impeachment deve ser aprovado com folga amanhã, em plenário. Preso desde o dia 11, Arruda já admite ter perdido o controle da Casa, mas promete resistir no cargo. A tentativa de se agarrar ao mandato tem um motivo prático: se renunciar, Arruda perde o direito à prisão especial. Assim, ele seria transferido da sede da Polícia Federal para uma cela comum no presídio da Papuda, afastado do centro de Brasília. O Supremo Tribunal Federal (STF) julga na quinta-feira o pedido de habeas corpus para suspender sua prisão preventiva.
‘Um assalto aos cofres públicos’
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) classificou ontem como “estarrecedor e um verdadeiro assalto aos cofres públicos” o número de irregularidades cometidas por procuradores do Piauí, constatadas por uma inspeção do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). A inspeção na Procuradoria Geral da Justiça do Piauí encontrou diversos problemas de mau uso de recursos públicos e sonegação de impostos. Reportagem publicada pelo GLOBO na sexta-feira revelou que, entre as irregularidades na Procuradoria Geral, havia estagiários ganhando mais de R$5 mil por mês e procuradores com salários de mais de R$61 mil, além de sonegação de Imposto de Renda por procuradores, promotores e funcionários e fraudes em licitações. Corregedores do CNMP também descobriram que um prédio anexo ao do MP piauiense foi comprado sem concorrência pública.
NR: denúncias de irregularidade no MP do Piauí foram publicadas em primeira mão pelo Congresso em Foco. Confira:
Conselho do Ministério Público faz devassa no Piauí
Um procurador de R$ 61 mil
O Estado de S. Paulo
Aeronáutica tem cartas inéditas de Lamarca
Os arquivos do Centro de Informação e Segurança da Aeronáutica (CISA) contêm três cartas inéditas escritas em 26 de novembro de 1970 por Carlos Lamarca e apreendidas num aparelho da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), no Rio de Janeiro. Nas cartas, destinadas a companheiros de guerrilha, Lamarca mostra preocupação com o que chama de “parada” de outros grupos de combate à ditadura militar. Ex-capitão do Exército, Lamarca tinha trocado a vida do quartel para integrar grupos de combate ao governo militar que comandava o Brasil. Acabou sendo morto pelas tropas do Exército em 17 de setembro de 1971, na cidade de Brotas de Macaúbas, no interior da Bahia. As cartas estão entre os documentos entregues pela Aeronáutica ao Arquivo Nacional, conforme o Estado noticiou ontem. A força aérea havia informado antes que esses papéis haviam sido destruídos.
Cristovam vê ‘corporativismo’ da Aeronáutica
O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Cristovam Buarque (PDT-DF), acusou ontem a Aeronáutica de corporativismo por ter resistido a entregar para o Arquivo Nacional documentos sigilosos produzidos durante a ditadura militar. O Estado revelou ontem que, no início de fevereiro, a Aeronáutica entregou ao Arquivo Nacional documentos que antes dizia terem sido destruídos. Cristovam anunciou que vai levar o caso dos arquivos secretos para ser discutido na próxima reunião da comissão, marcada para quarta-feira. “Vou consultar os outros