Mário Coelho
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, criticou nesta terça-feira (25) o governo Lula e as políticas de juros e de infraestrutura praticadas desde 2003, primeiro ano do governo petista.
“O Brasil tem a maior taxa de juros e a maior carga tributária. O Bolsa Família, com todo o impacto positivo que tem, gasta menos de 1% do que pagamos em juros”, afirmou o tucano, durante sabatina com os pré-candidatos ao Planalto promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
Antes dele, falou a petista Dilma Rousseff. Neste momento, é a vez da senadora Marina Silva (PV-AC)
“Somos o penúltimo país na taxa de investimento governamental. Só perdemos para o Turcomenistão”, afirmou Serra. O tucano usou boa parte do seu tempo para criticar Lula, na intenção de atingir Dilma Rousseff.
Ao falar sobre a área de infraestrutura, Serra disse que os problemas no setor não estão resolvidos. “Falta planejamento, qualidade de gestão e, também, capacidade para fazer sequenciamento de investimentos. Quando tudo é prioritário, nada é prioritário”, disse.
O tucano ainda tentou comparar o governo federal com sua administração em São Paulo. “Em 2009, o governo federal propôs investir R$ 54 bilhões do orçamento em infraestrutura. Conseguiu investir R$ 15 bi. Jogou para restos a pagar mais de R$ 30 bilhões. É tudo assim no Brasil? Em São Paulo, foi menos de 20% [de restos a pagar]. Estados e municípios planejam melhor?, disse o pré-candidato tucano.
Além de apontar como problemáticas as duas áreas, Serra afirmou que o governo está “loteado”, citando como exemplos as agências reguladoras e a Infraero, estatal responsável pelos aeroportos.
“Indicação política não é um mal necessário. O governo toda vez que tem uma votação tem de recompor sua maioria. E quando é investigação, negocia-se qualquer coisa. Isso não garante maioria estável. Eu governei sem que um grupo de deputados ou vereadores indicassem um deputado”, afirmou.
Durante a sabatina, Serra voltou a falar sobre a autonomia do Banco Central. “A ministra Dilma acha que o BC é a Santa Sé. Eu não acho. O BC tem de se integrar na política do governo. Não pode haver um governo no qual o ministro da Fazenda discorda do presidente do BC. Comigo isso jamais aconteceria”, disse.