O Ministério Público Militar denunciou hoje (10) seis controladores de vôo pelo caos aéreo ocorrido em março. Segundo os procuradores do 1º Ofício da Justiça Militar em Brasília, eles cometeram um motim e incitamento na crise de 30 de março passado. A denúncia foi enviada à 11ª Circunscrição Judiciária Militar.
Dos seis acusados, apenas um é civil. São eles os suboficiais da Aeronáutica Luiz Marques, Florisvaldo Salles e José Tadeu Tavares, o 1º sargento da Aeronáutica Roberto César Pinto Pereira, o 2º sargento da Aeronáutica Wellington Fábio Lima da Rocha e o controlador de tráfego aéreo civil Marco Aurélio de Carvalho Espíndola.
Segundo o procurador Giovanni Rattacaso e os promotores Jaime de Cássio Miranda e Ana Carolina Scultori Teles Leiro, os militares descumpriram o Modelo Operacional, provocando a paralisação do tráfego aéreo na região do Cindacta I (Brasília). “Ao desafiarem a autoridade do comandante do Centro, deixando de acatar determinação por ele expressa, praticaram crime de motim. Já o controlador de tráfego aéreo civil Marco Espíndola, supervisor regional da área de São Paulo, incitou militares em serviço a descumprirem o citado modelo, incorrendo, então, em crime de incitamento”, informa comunicado do MPM.
Na ação, eles afirmam que vários controladores do Cindacta I se concentraram no local em greve de fome, em protesto contra as condições de trabalho e contra a transferência de um controlador para o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo – DTCEA de Santa Maria (RS).
O trabalho ficou inviabilizado com a presença de tantos profissionais, inclusive os não escalados para o serviço. Segundo o MPM, coronel-aviador Carlos Vuyk de Aquino mandou todos voltarem ao trabalho e os alertou das punições possíveis em caso de descumprimento. Entretanto, a ordem foi descumprida, segundo o procurador e os promotores do MPM. Com a ajuda dos seis denunciados, os trabalhadores suspender todas as decolagens de aeronaves, o que causou o caos.
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