No dia em que a Medida Provisória 870, da reforma administrativa, será analisada no plenário da Câmara, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, abriu sua agenda a parlamentares para tentar reverter um dos pontos mais caros ao governo na proposta: a mudança do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) da Justiça para a Economia. Desde ontem, ele argumenta que tem trabalhado no fortalecimento da estrutura do órgão e do combate à corrupção.
Na votação desta quarta (22), aliados do presidente Jair Bolsonaro, defensores do texto original da MP 870 – PSL, Podemos, Novo -, com o Coaf nas mãos de Moro, apresentarão um destaque, pedindo que esse trecho da proposta seja votado separadamente e de forma nominal.
Ontem, Sérgio Moro esteve com o Pastor Marco Feliciano (Pode-SP) e recebeu dele a promessa de que a bancada Evangélica vai votar a favor desse destaque. Contudo, ao conversar com Sóstenes Cavalcanti (DEM-RJ) essa manhã, ouviu dele que enfrentará, mesmo com os votos abertos, dificuldades. Há expectativa de que o ministro acompanhe ao menos parte da votação no plenário da Câmara, fazendo corpo a corpo com os deputados.
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De acordo com a agenda do ministro, ele já esteve nesta quarta com os deputados Delegado Antônio Furtado (PSL-RJ), Marx Beltrão (PSD-AL), Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), João Maia (PR-RN), Pedro Lupion (DEM-PR), Gutemberg Reis (MDB-RJ) e Dr. Jaziel (PR-CE).
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O texto a ser analisado hoje no plenário da Câmara foi aprovado na comissão especial em 9 de maio, em uma articulação liderada pelo Centrão – bloco formado por Solidariedade, PP, PR, DEM e PRB -, junto com a oposição. Esse grupo alega que, como o Coaf é um órgão que investiga movimentações financeiras, é natural que ele esteja vinculado à pasta econômica.
E é justamente neles, e em parlamentares de siglas alinhadas ao centro, como o MDB, que Moro concentrou energias. O ministro se apega ao fato de os deputados colocarem suas digitais, e assim a população saber como cada um deles se posicionou. Acredita que isso pode ajudar o Coaf a voltar ao seu comando.
O Centrão, bloco que articulou as votações, está confiante que vai derrubar o destaque. O grupo reúne mais de 200 parlamentares e, junto com a oposição, tem ampla maioria contra Moro.
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