Concluído o primeiro turno das eleições, inicia-se a fase de especulações em torno de quem receberá o apoio da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, terceira colocada na corrida presidencial, e do partido que a abrigou no primeiro turno, o PSB. Mentora do Rede Sustentabilidade, partido ainda não formalizado junto à Justiça Eleitoral, Marina sinalizou ontem (domingo, 6) que apoiará o tucano Aécio Neves ao dizer que o povo brasileiro não quer mais “o que aí está” – clara referência ao governo da presidenta Dilma Rousseff.
É o que diz o jornal O Globo, em sua manchete de capa, e a maioria dos principais jornais do país. Segundo o periódico fluminense, a partir desta segunda-feira tem início a quarta disputa consecutiva entre PT e PSDB, polarização verificada desde 2002, no segundo turno de uma sucessão presidencial.
“E ambos recomeçam a disputa correndo atrás do legado de 22 milhões de votos de Marina Silva (PSB), que pode ser decisivo no dia 26 de outubro. A importância de Marina pode ser medida pelas estrelas destacadas para convencê-la. Pelo PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique vai procurar a candidata para garantir o seu apoio a Aécio. Pelo PT, coordenadores do comitê eleitoral de Dilma defendem que Lula converse com a ex-senadora na tentativa de garantir, pelo menos, sua neutralidade, como na eleição de 2010. A abertura das urnas confirmou as eleições presidenciais de 2014 como uma das mais disputadas da História recente do país”, destaca o jornal.
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As atenções agora estão voltadas para a série de reuniões que serão realizadas durante a semana com vistas ao segundo turno. Tanto pelo grupo de Marina quanto pelas campanhas de Dilma e Aécio. A neutralidade, dizem integrantes do PSB, está fora de cogitação.
“Marina faz mistério sobre o caminho a ser tomado, mas deu pistas de que a discussão sobre eventual apoio terá como base o programa de campanha herdado de Eduardo Campos. Em seu discurso ontem à noite, a ex-senadora deu sinais de que a condição para fechar uma aliança passaria pela incorporação, por parte de Aécio, de pontos do programa de governo do PSB. O PSB pode tomar uma decisão sem esperar pela ex-senadora”, acrescenta O Globo.
O jornal menciona ainda a derrota imposta por Dilma a Aécio, ex-governador de Minas Gerais, no próprio reduto eleitoral. Além de perder para Dilma no estado, o tucano amargou também a vitória do petista Fernando Pimentel, eleito governador em primeiro turno, sobre Pimenta da Veiga (PSDB), “encerrando uma longa hegemonia tucana”.
Publicidade“Mas o PT também viu o ex-ministro Alexandre Padilha, seu candidato ao governo de São Paulo, maior e mais importante colégio eleitoral do país, terminar a disputa – vencida por Geraldo Alckmin, do PSDB – com um pífio terceiro lugar. As mágoas provocadas pelos ataques no primeiro turno da disputa e o indisfarçável descompasso entre Dilma e os dirigentes do PSB serão os principais obstáculos a serem superados pelos dois partidos”, concluiu o jornal.
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