Jorge Lorenzetti, ex-chefe do Núcleo de Informações e Inteligência da campanha à reeleição do presidente Lula, negou agora há pouco na CPI das Sanguessugas, que as negociações para a compra do dossiê Vedoin tenham envolvido dinheiro. No entanto, segundo Lorenzetti, em troca das informações ele teria apenas se comprometido com uma assistência jurídica da família Vedoin. O objetivo da ação, da qual ele fez questão de dizer que não era o coordenador, era comprovar que a maioria dos convênios para a compra superfaturada de ambulâncias tinha sido iniciada no governo anterior.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) questionou Lorenzetti dizendo que o pagamento de um advogado poderia ser uma forma semelhante de atender os Vedoin e, desta forma, também dependeria de recursos financeiros. "Essa era uma demanda deles, uma conclusão deles", esquivou-se o depoente.
Lorenzetti disse que foi surpreendido com a prisão de Gedimar Passos e Vandebran Padilha com os R$ 1,7 milhão em São Paulo e acredita que a Polícia Federal fez conclusões precipitadas devido ao "clima eleitoral". Conhecido como o churrasqueiro preferido do presidente Lula, o acusado também negou a informação repassada à imprensa pelo vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), de que teria recebido US$ 150 mil de uma corretora, parte dos US$ 248 mil encontrados pela PF com os dois petistas.
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"Se encontrarem um vínculo meu com um centavo desse dinheiro é a mesma coisa de que dizer que fui o primeiro homem a pisar na Lua", afirmou Lorenzetti. Jungmann retrucou perguntando porque ele não teve a curiosidade de saber da sua equipe, que tinha sido presa, qual era a origem do dinheiro apreendido pelos policias federais logo após as prisões. "Eu tinha outra prioridade e estava preocupado com as pessoas. Não tenho a menor idéia da origem desse dinheiro", completou Lorenzetti. (Lúcio Lambranho)