Rodolfo Torres
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), classificou nesta terça-feira (8) de “criminosa” a citação do seu nome e de outros peemedebistas em vídeo da Operação caixa de Pandora, deflagrada pela Polícia Federal.
Na gravação, divulgada na semana passada, o empresário Alcir Collaço, dono do jornal Tribuna do Brasil, afirma que Henrique recebia R$ 100 mil mensais do governo José Roberto Arruda (DEM). (leia mais)
“Na última quinta-feira, não estava nessa Casa. Estava em companhia de meus familiares, quando fui surpreendido por uma denúncia torpe, absurda, bandida, criminosa, desqualificada, de um sujeito contra o qual já entrei na Justiça com uma queixa crime por calúnia e difamação. E estou entrando amanhã com outra, na Justiça cível por danos morais”, afirmou o líder peemedebista.
Henrique destacou que Collaço, flagrado colocando maços de dinheiro na cueca, responde a processo por suspeita de crime financeiro, “que provocou prejuízo de cerca de R$ 100 milhões ao Banco Santander”.
O deputado potiguar também destacou que o empresário, um ex-operador na Bolsa de Valores de São Paulo, foi alvo de denúncias sobre aplicações suspeitas de fundo de pensão, investigadas pela CPI dos Correios em 2005.
“Ele chegou a ter a prisão decretada e ficou foragido por quatro meses. A prisão acabou revogada, mas o processo continua e só espera a sentença. Pois é esse sujeito que monta uma farsa da pior qualidade, da pior qualificação, para dizer que deputados, parlamentares, estariam recebendo valores Y ou X por suposta decisão da executiva Nacional do PMDB. De pronto, dois parlamentares nem sequer pertencem à executiva”, afirmou Henrique, em referência ao deputado Eduardo Campos (PMDB-RJ) e ao ex-deputado Fernando Diniz (PMDB-MG), que morreu em julho passado por complicações cardíacas.
O dinheiro, segundo o vídeo, seria uma forma de expulsar do partido o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (que saiu do PMDB recentemente para se filiar ao PSC). Segundo Henrique, Roriz “não deve estar bem resolvido de vida política partidária para, talvez, estimular, ou, por trás, patrocinar uma farsa como esta”.
No vídeo, gravado no dia 17 de setembro de 2009, Alcir Collaço conversa com Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do Governo do Distrito Federal e pivô da crise em Brasília. Além de Henrique, ele menciona o nome de três deputados federais da cúpula do PMDB: o presidente da Câmara, Michel Temer (SP); (RN), Eduardo Cunha (RJ), e Tadeu Filippelli (DF).
De acordo com o dialogo, R$ 800 mil mensais eram pagos a esses deputados em troca do apoio ao governador do DF, José Roberto Arruda (DEM). Apenas Filippelli receberia R$ 500 mil. Os outros três deputados receberiam R$ 100 mil. O dinheiro viria da Novacap, empresa do GDF responsável pela urbanização de Brasília.