O líder do PMDB no senado, Renan Calheiros (AL), defendeu a suspensão da votação do projeto de reforma trabalhista na Comissão de Assunto Econômicos (CAE). “Em nome de quem? A quem interessa exatamente a calibragem dessa reforma que flexibiliza direitos? […] É inadmissível que um governo com esse grau de rejeição possa querer fazer uma reforma estruturante como essa”, declarou o parlamentar.
Além disso, Calheiros ressaltou sua posição quanto a substituição do presidente Michel Temer, com eleição indireta de um substituto e a convocação de eleições gerais em 2018, com a realização de uma nova assembleia nacional constituinte. Renan disse que o governo enviou uma proposta com mudanças nas leis trabalhistas, mas afirmou que a Câmara inseriu mais 117 mudanças no projeto.
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“Defender impeachment nesta hora é dizer em outras palavras, em português claro, que não aprendeu nada com os últimos meses e com os últimos anos no Brasil. […] Façamos uma transição negociada, rápida. Elejamos um presidente da República e um vice-presidente da República garantindo eleições gerais em 2018 com assembleia constituinte”, ressaltou Renan.
O senador criticou ainda o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que afirmou ontem (segunda-feira, 22), que reforma da Previdência poderá sofrer atraso em função de acontecimentos políticos, mas será aprovada mesmo se o presidente Michel Temer não seguir no comando do país. ” O grau de complexidade que nos vivemos hoje no Brasil não comporta mais essa ingênua declaração que é posta contra o interesse nacional”, ressaltou.
O clima na comissão é de tensão. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que não se sente sem moral para votar este tema e foi vaiado por parlamentares e pessoas da plateia.
Já o líder do PSD no senado, Otto Alencar (BA), discursou na CAE e também pediu a paralisação dos trabalhos até a renúncia do presidente Temer. O parlamentar disse que o país não pode conviver com o “lamaçal criado pelo presidente que deixou o país perplexo”. Alencar citou assessores de Temer presos nos últimos dias e ex-ministro demitido por suspeitas de corrupção.
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