O pré-candidato a presidente pelo PSL, deputado Jair Bolsonaro (RJ), acusou a Procuradoria Geral da República de fazer política em vez de cumprir sua função constitucional. Em nota à imprensa, Bolsonaro criticou a decisão da procuradora-geral, Raquel Dodge, de denunciá-lo por racismo e em virtude de declarações feitas por ele contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs.
“Em vez de agir na defesa dos interesses da Nação, perde tempo e recursos do contribuinte para apurar supostos crimes, que, de antemão, sabe não terem ocorrido”, diz a nota assinada por sua assessoria de imprensa.
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Segundo o gabinete, a denúncia de Raquel tem como objetivo “denegrir a imagem” do “maior fenômeno político” do Brasil.
“É lamentável assistir a ataques infundados, cujo objetivo precípuo é o de gerar notícias sensacionalistas, a fim de denegrir a imagem daquele que é, de fato, o maior fenômeno político do Brasil nos últimos anos, pela sua seriedade, honestidade e patriotismo.”
Bolsonaro afirma que não terá qualquer dificuldade em provar, na Justiça, que não é racista. Mas voltou a fazer crítica aos grupos que o acusam. “Uma instituição como a PGR não devia estar à mercê de grupos mal-intencionados, que se utilizam do discurso ‘politicamente correto’ para mascarar sectarismo e vitimismo”, diz o texto. “Como parlamentar, ele tem o direito, e o dever, de debater temas polêmicos que afligem o povo brasileiro e seu eleitorado”, acrescenta.
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Veja a íntegra da nota:
“A respeito da recente denúncia oferecida contra o deputado federal Jair Bolsonaro, sua assessoria esclarece que, mais uma vez, a PGR se presta a papel de viés político, não condizente com a sua função constitucional.
Em vez de agir na defesa dos interesses da Nação, perde tempo e recursos do contribuinte para apurar supostos crimes, que, de antemão, sabe não terem ocorrido. É lamentável assistir a ataques infundados, cujo objetivo precípuo é o de gerar notícias sensacionalistas, a fim de denegrir a imagem daquele que é, de fato, o maior fenômeno político do Brasil nos últimos anos, pela sua seriedade, honestidade e patriotismo.
Uma instituição como a PGR não devia estar à mercê de grupos mal-intencionados, que se utilizam do discurso ‘politicamente correto’ para mascarar sectarismo e vitimismo.
O deputado Jair Bolsonaro não terá qualquer dificuldade para demonstrar, na esfera judicial, que não é racista.
Como parlamentar, ele tem o direito, e o dever, de debater temas polêmicos que afligem o povo brasileiro e seu eleitorado.
Foi exatamente o que fez no Clube Hebraica, ao defender que todos devem trabalhar para seu próprio sustento, inclusive quilombolas e indígenas, ao invés de serem sustentados pelo Estado.”
“Conduta ilícita”
Jair Bolsonaro é acusado de racismo contra quilombolas e indígenas e de ter atacado refugiados, mulheres e LGBTs. Em abril do ano passado, durante uma palestra no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, o deputado fluminense usou expressões de cunho discriminatório, incitando o ódio e atingindo diretamente vários grupos sociais em pouco mais de uma hora de palestra.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirma na denúncia que a conduta de Bolsonaro é “ilícita, inaceitável e severamente reprovável”, além de desrespeitar os direitos constitucionais dos grupos atingidos e da sociedade como todo.
Em outra declaração polêmica, o deputado afirmou: “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”. Ele, em seguida, apontou seu discurso para os índios, culpando-os pela não construção de três hidrelétricas em Roraima, além de criticar as demarcações de terras indígenas.
Os ataques prosseguiram, mirando também os quilombolas. Bolsonaro afirmou que as comunidades tradicionais “não fazem nada” e “nem para procriador eles servem mais”. Para Raquel Dodge está evidenciado que Jair Bolsonaro praticou, induziu e incitou discriminação e preconceito contra comunidades quilombolas, inclusive comparando-as com animais.
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