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“Deu a impressão realmente de um atentado e, pelo menos nessa região, não tínhamos esse tipo de manifestação. As investigações estão sendo feitas, não se tem claro qual foi a motivação, qual foi o móvel, mas evidentemente parece estar associado a um contexto, ou uma atuação política”, disse o ministro. “Isso certamente será devidamente esclarecido, mas realmente se trata de um episódio chocante e deplorável para todos os títulos”, completou.
O autor dos disparos, cujo nome ainda não foi informado, também foi morto pelos seguranças do vice-governador. Igual destino teve o cabo da Polícia Militar Vanilson João Pereira, que escoltava o vice-governador José Eliton. As informações iniciais são de que o vice está sendo submetido a uma cirurgia e não corre risco de morte.
Eles foram alvejados por um homem que estava em um carro preto, enquanto participavam de um ato da campanha de Zé Gomes. Eliton também é secretário estadual de Segurança Pública de Goiás e exerce interinamente o governo devido à viagem oficial feita pelo governador Marconi Perillo (PSDB) aos Estados Unidos.
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O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), que escapou do atentado, disse ao Congresso em Foco que, se um dos seguranças do grupo não tivesse atuado com prontidão, o resultado do atentado seria ainda pior.
Publicidade“O segurança começou a trocar tiros com ele [o criminoso]. Se o segurança não dá a vida dele por nós, ele tinha matado era todo mundo em cima do caminhão”, relatou o deputado, dando mais detalhes sobre o episódio.
“Estávamos no caminhão, em uma carreata linda aqui na cidade, quatro ou cinco mil carros na carreata. Uma coisa linda, a cidade em festa, porque o nosso candidato – que era o Zé Gomes – tinha 75% nas pesquisas de opinião. O povo querendo votar, fazendo festa na rua… Crianças, idosos parando o caminhão. Uma coisa linda, uma festa popular, democrática”, descreveu Jovair.
“Do nada surgiu um maluco em um Fiat Siena, vindo de uma rua contrária, pista dupla. Parou. E a gente o viu parando, mas toda hora para um, desce, vem criança… Então ele vem no rumo da gente e começou a disparar, a uns cinco metros do caminhão. Disparou e acertou tiro no Zé Gomes, no vice-governador. Nisso, acertou o Célio Rezende [advogado da Prefeitura de Itumbiara], que é um rapaz que estava em cima do caminhão. A certou de raspão no motorista do caminhão”, acrescentou o petebista.
Aumento da violência
Mendes disse que ainda não foi identificado o motivo do aumento da violência durante as campanhas para as eleições deste ano. No Rio de Janeiro, por exemplo, 16 candidatos foram assassinados no estado nesta campanha eleitoral. A Polícia Civil investiga a atuação de grupos paramilitares, como as milícias, e o tráfico de drogas.
“Estamos ainda carentes de explicação. No Rio de Janeiro, temos já aquela situação conflitada, a presença de milícias, a questão do crime organizado, narcotráfico. Estivemos duas vezes na Baixada Fluminense, conversamos com as autoridades, discutimos a presença das Forças Armadas e da Força Nacional lá, com o ministro Jungmann [da Defesa] e com o ministro Alexandre de Moraes [da Justiça] e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral e estamos também acompanhando com muita atenção e pedindo cuidado e pedindo, também, que as investigações sejam as mais prontas possíveis nesses episódios inclusive nesse episódio lamentável ocorrido em Goiás”.
O presidente do TSE lembrou que estão sendo atendidos os pedidos dos tribunais regionais e de governadores para a atuação de forças de segurança federais durante as eleições municipais. Segundo dados da Corte, até o momento foi autorizado a atuação dessas forças em 307 localidades em 12 estados.
Para o ministro, alguns casos de violência podem ter relação com questões eleitorais. “Aparentemente, sim, embora também as autoridades do Rio de Janeiro tenham dito que havia disputa e algumas atividades ligadas ao crime comum, ao crime ordinário na cidade do Rio de Janeiro, mas isso envolve sempre milícias, envolve narcotráfico e alguns candidatos que estão associados, o que traz uma outra preocupação, que é o crime organizado participando do processo eleitoral, isso realmente é algo delicado”, disse.
* Com informações da Agência Brasil