Francisco Delano, 24 anos, estudante de Ciências Sociais, quase formado, só espera o trabalho de conclusão de curso para obter seu diploma na Universidade de Brasília. Ele é um dos 300 estudantes que gritavam “fora, Arruda” no gramado do Congresso Nacional, na tarde desta quinta-feira (10).
A camiseta laranja tinha um adesivo preto com letras brancas: “Eu não aceito men$alão. Reciclagem política”. Na testa e nos braços do rapaz branco de olhos castanhos e cabelos curtos, três adesivos vermelhos, pela saída do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, flagrado em vídeos e áudio recebendo dinheiro em espécie e negociando repasse de dinheiro para sua base aliada.
Francisco faz bicos. Trabalha como garçom em bares e faz traduções de textos em inglês. Entrou no movimento “Fora, Arruda” a partir do contato com outras militâncias políticas e sociais.
Ele participa do grupo de apoiadores das comunidades indígenas do Setor Noroeste de Brasília. Os moradores da região estão ameaçados de expulsão porque o governo do Distrito Federal quer criar um bairro de classe média alta no local. Francisco também atua em um movimento para a ocupação racional dos espaços públicos e um trânsito mais inteligente e menos poluente.
Francisco endossa o coro dos colegas contra Arruda: “A gente quer mostrar nossa indignação. Isso não vai terminar até a saída do Arruda e do Paulo Octávio [vice-governador]. A intenção é acabar com toda a estrutura, para que, qualquer que seja o próximo governo, ela não seja usada contra a população”.
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Os vídeos que atingiram o governo de Arruda e Paulo Octávio
Garçom, tradutor e ativista social no “Fora, Arruda”
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