Um grupo de lideranças políticas do PSDB, do MDB, do PPS, do PV, do PSD e do PTB e intelectuais lançaram um manifesto conjunto defendendo a união das forças de “centro” contra a fragmentação desse campo na eleição presidencial de outubro. O DEM, de Rodrigo Maia (RJ), não formalizou apoio à iniciativa, encabeçada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
O “Manifesto por um polo democrático e reformista”, que tem o apoio de 27 pessoas, defende uma “postura firme” na segurança pública, desburocratização de licenciamentos ambientais e “tolerância zero” no combate ao crime organizado. Também apoia a manutenção do Bolsa Família e outros programas e políticas sociais.
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“O Brasil precisa recuperar a confiança no seu futuro. Não chegaremos lá voltando ao passado do autoritarismo ou ao passado mais recente do lulopetismo”, disse Fernando Henrique em mensagem ao grupo. “As lideranças políticas precisam enxergar que está em jogo a recuperação da legitimidade democrática da autoridade pública ou a desorganização política, econômica e social do Brasil”, afirmou o ex-presidente, conforme relato da Folha de S.Paulo.
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Os principais alvos do manifesto são, à direita, o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), e o ex-governador Ciro Gomes (PDT), além de um eventual candidato do PT. “O movimento não visa substituir o protagonismo de pré-candidatos ou dos partidos. Não é um movimento partidário. O manifesto não defende nomes, mas ideias e a convicção de que, se as forças democráticas se dividirem, teremos chance de repetir [a eleição de] 1989, quando essa fragmentação produziu a disputa entre extremos no segundo turno, Collor e Lula”, diz Pestana, um dos idealizadores do manifesto.
Os candidatos identificados como sendo de centro serão procurados pelo grupo para apoiar o movimento. Foram nominados nessa condição os pré-candidatos Rodrigo Maia (DEM), Alvaro Dias (Podemos), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB) e Flávio Rocha (PRB).
A eleição deste ano é apontada como “a mais complexa e indecifrável de todo o período da redemocratização”. “É neste sentido que as lideranças políticas que assinam este manifesto conclamam todas as forças democráticas e reformistas a se unirem em torno de um projeto nacional, que a um só tempo, dê conta de inaugurar um novo ciclo de desenvolvimento social e econômico, a partir dos avanços já alcançados nos últimos anos, e afaste um horizonte nebuloso de confrontação entre populismos radicais, autoritários e anacrônicos”, diz o texto, segundo relata a Folha.