Mário Coelho
A deputada distrital Eliana Pedrosa (DEM) renunciou há pouco à vaga que ocupava na CPI da Corrupção na Câmara Legislativa. Ela justificou a saída, em nota lida em plenário, por conta da composição partidária e por “respeito à proporcionalidade” no colegiado. Depois da saída de Alírio Neto (PPS) por ter se retirado do bloco partidário, o PMDB, que herdaria a vaga, indicou Geraldo Naves (DEM) para a posição. Nesta quinta-feira (28), os distritais deveriam escolher o novo presidente da comissão. Porém, com a decisão de Eliana, os trabalhos ficam momentaneamente prejudicados.
Os suplentes da CPI são os deputados Benício Tavares (PMDB), Wilson Lima (PR), Chico Leite (PT), Cristiano Araújo (PTB) e Paulo Roriz (DEM). Desses, somente Chico Leite e Wilson Lima estão na Câmara. Benício, por força da decisão judicial que afastou os distritais envolvidos no mensalão do governador José Roberto Arruda (sem partido), não pode assumir, já que os trabalhos ficariam invalidados. Leite, pela composição partidária, só pode ficar no lugar do petista Paulo Tadeu. Já Paulo Roriz voltou ao Executivo. No seu lugar, assumiu justamente Naves, que entrou na CPI após a indicação peemedebista.
“Saí para não haver questionamentos quanto ao resultado da CPI”, afirmou Eliana Pedrosa. Nos bastidores, comenta-se que a saída de Eliana do colegiado foi uma resposta ao colega de bancada Geraldo Naves. Oficializado nesta semana como líder do DEM na Câmara, ele desfez as indicações de Eliana nas comissões. Ela tinha se colocado como titular na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e suplente na comissão especial. Ambas têm a missão de analisar os três processos de impeachment contra Arruda que tramitam na Câmara. Naves ficaria como suplente na CCJ – antes era o presidente – e como titular na especial.
Hoje, Naves mudou as indicações. Colocou-se como titular na CCJ e na comissão especial, deixando Eliana como suplente nas duas. A bancada do DEM se resume aos dois deputados. No início da legislatura, eram quatro. Leonardo Prudente se desfiliou do partido após o aumento das denúncias relacionadas ao esquema de corrupção no DF. Junior Brunelli trocou o DEM pelo PSC em outubro e está sendo questionado na Justiça Eleitoral por infidelidade partidária.
Outro motivo para Eliana sair, apontam deputados, é a maneira que os trabalhos estavam sendo conduzidos dentro da CLDF. Com a proximidade das eleições, os deputados não querem perder votos, mesmo com a quantidade de denúncias envolvendo o poder Legislativo. A saída de Eliana deixou os dois ex-secretários de Arruda fora da CPI. Alírio foi titular da Secretaria de Justiça e Cidadania. Já Eliana comandou a Secretaria de Desenvolvimento Social.
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