Edmar Moreira, empresário da área de segurança, destinou a empresas do setor quase 70% das verbas indenizatórias a que tinha direito
Dono de empresa de vigilância, o novo corregedor da Câmara, deputado Edmar Moreira (DEM-MG), é o campeão de gastos com segurança particular entre todos os parlamentares que assumiram mandato desde o início desta legislatura.
Levantamento feito com exclusividade pelo Congresso em Foco, com base na divulgação de uso da verba indenizatória da Câmara, revela que o parlamentar foi o que mais gastou com segurança privada na Casa nos dois últimos anos. Somadas, as despesas chegam a R$ 236 mil. O valor equivale a 68,4% dos R$ 365 mil que ele gastou em verba indenizatória no período.
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O deputado teve seu nome associado a uma série de denúncias desde a última quarta-feira (4) e sofre pressão de seu próprio partido para renunciar à corregedoria, cargo para o qual foi eleito esta semana. Entre as irregularidades atribuídas ao parlamentar, estão dívidas previdenciárias e bens não declarados à Justiça eleitoral (leia mais).
Ressarcimento
Todos os parlamentares contam com a prerrogativa de pedir ressarcimento no valor de até R$ 15 mil mensais para gastos atribuídos ao exercício do mandato. Ao longo do ano, os deputados dispõem de R$ 180 mil para gastar. A Câmara dividiu em várias rubricas a possibilidade de aplicação deste dinheiro, como aluguel de escritórios políticos, divulgação do mandato, combustíveis e segurança particular, por exemplo.
PublicidadeDe janeiro a novembro de 2008, o deputado destinou R$ 11 mil dos R$ 15 mil a que tinha direito para pagar gastos com segurança privada. Nos últimos dois meses do ano, o parlamentar mineiro reservou toda a verba para a rubrica. Os R$ 40 mil restantes foram destinados pelo deputado para a compra de combustíveis.
A assessoria de imprensa do corregedor disse que Edmar Moreira viajou ontem (5) e, por isso, está impossibilitado de esclarecer quais empresas de segurança prestam serviço a ele.
Já a assessoria de imprensa da Câmara dos Deputados afirmou que há uma “dificuldade técnica” em divulgar as notas de pagamento apresentadas pelos parlamentares para o ressarcimento da verba indenizatória. A assessoria acrescentou, ainda, que para ter acesso aos comprovantes fiscais de Edmar Moreira é preciso formalizar um pedido formal à presidência da Casa, hoje, comandada por Michel Temer (PMDB-SP). (Daniela Lima)
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