Mário Coelho
A direção geral da Polícia Federal marcou para a próxima terça-feira (26) o depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal Durval Barbosa. Ele vai ocorrer às 10h no auditorio do edifício sede da PF, em Brasília. O requerimento de convocação de Barbosa, aprovado na semana passada pela CPI do Mensalão do Arruda, foi entregue na terça-feira (19) pelo deputado distrital Paulo Tadeu (PT), único membro da oposição no colegiado, ao diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa.
Por motivos de segurança, o acompanhamento do depoimento será controlado pelos policiais federais. Na tarde de hoje, uma circular foi emitida pela presidência da Câmara informando que somente os parlamentares, jornalistas e servidores autorizados pelos distritais terão acesso ao auditório da PF.
Durval é considerado peça-chave pela oposição nos trabalhos da CPI. Foi ele que fez a denúncia ao Núcleo de Combate às Organizaçãoes Criminosas (NCOC) de que havia um esquema de propinas envolvendo membros do Executivo – incluindo o governador José Roberto Arruda (sem partido) – e do Legislativo local. Após prestar depoimento aos promotores locais, a denúncia foi levada ao Ministério Público Federal (MPF), que iniciou as investigações.
Com autorização da Justiça, Durval fez uma série de gravações em áudio e vídeo de suas conversas com membros do governo local. A partir da análise das conversas, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Fernando Gonçalves autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão na residência oficial do governador, na Câmara Legislativa, em gabinetes de secretários de Estado e em casas de autoridades. Por conta da gravidade das denúncias, Durval, que responde a aproximadamente 30 processos judiciais e recebeu o benefício da delação premiada, está no programa de proteção à testemunha do Ministério da Justiça.
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