Mário Coelho
Uma semana após ter aprovado o calendário de trabalhos, a CPI da Corrupção, da Câmara Legislativa, decidiu mudar hoje (24) a data e a ordem dos depoimentos a serem tomados pelos deputados. Isso ocorreu por dois motivos. O primeiro é a confirmação da oitiva com o delator do esquema de corrupção envolvendo membros do Executivo e do Legislativo do Distrito Federal, o ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa.
O outro foi o não comparecimento do empresário Gilberto Lucena, dono da Linknet, que tinha depoimento marcado para esta quarta-feira (24). Dessa maneira, a CPI, que pretende encerrar as investigações em três meses, adia por uma semana a realização de suas atividades.
Na sexta-feira (19), a Polícia Federal marcou para a próxima terça (30) o depoimento de Durval Barbosa. Ele vai ocorrer no auditório do Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília. Como parte dos parlamentares defende que o ex-secretário seja ouvido antes de testemunhas e acusados, foi aprovada uma proposta durante a sessão desta manhã que deixa para depois da Páscoa os depoimentos de empresários que já estavam marcados. Os deputados vão reiniciar com a oitiva de Gilberto Lucena em 5 de abril.
Outro motivo para adiar os trabalhos da CPI foi a não notificação de Lucena. Segundo a presidente da Comissão, deputada Eliana Pedrosa (DEM), um funcionário da Câmara Legislativa tentou entregar a convocação ao empresário tanto na casa dele quanto na sede da Linknet. O documento ainda foi enviado pelos Correios. Porém, o colegiado não conseguiu a assinatura do convocado. Com o adiamento da oitiva com Lucena, os depoimentos dos empresários Antônio Ricardo Pechis, da Adler, e de Maria Cristina Bonner Léo, da TBA, previstos para sexta-feira (26), também foram postergados.
Instalada em 11 de janeiro, a CPI até agora não conseguiu tomar um depoimento sequer. Por conta da saída de dois integrantes – Alírio Neto (PPS) e Eliana Pedrosa, que acabou voltando -, os trabalhos da comissão ficaram parados por quase 30 dias. Criado para investigar 18 anos de contratos do GDF com empresas de informática e prestação de serviço, o colegiado afunilou as apurações para as denúncias reveladas pelo inquérito 650DF, da Caixa de Pandora, que corre no Superior Tribunal de Justiça (STJ).