Mário Coelho
A Corregedoria da Câmara vai tentar notificar o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) amanhã (6) dos quatro processos que até agora correm contra ele no órgão. Será a segunda tentativa de informar o pepista oficialmente. Nesta terça-feira (6), assessores do corregedor Eduardo da Fonte (PP-PE) não conseguiram encontrar o deputado fluminense. Ele é acusado de racismo e homofobia por conta de declarações dadas ao programa CQC, da TV Bandeirantes, veiculadas na noite de 28 de março.
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Até o momento, chegaram ao órgão quatro das seis representações apresentadas ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Elas foram protocoladas pelos deputados Edson Santos (PT-RJ), ex-ministro de Igualdade Racial do governo Lula, e Luiz Alberto (PT-BA), pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Casa e pelo ouvidor da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Carlos Alberto Júnior.
Ainda devem chegar ao corregedor as representações elaboradas pela procuradora feminina da Casa, Elcione Barbalho (PMDB-PA) e pela seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ). Caso funcionários da Corregedoria não consigam notificar Bolsonaro até quinta-feira (8), a informação de que corre um processo contra ele no órgão será publicada no Diário Oficial da União (DOU) de sexta-feira (9). A partir daí, passa a contar o prazo de cinco dias úteis para ele apresentar defesa no órgão.
No quadro “Povo quer saber”, o deputado foi questionado pela cantora Preta Gil sobre como agiria se seu filho se apaixonasse por uma negra. “Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu”, respondeu Bolsonaro.
Na quinta-feira (21), o presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PDT-BA), negou o pedido de autoconvocação de Bolsonaro para prestar esclarecimentos. Segundo o presidente do conselho, o pedido foi negado por conta de uma questão formal. Para ser aberta uma investigação ou para haver um depoimento, é preciso que a Mesa Diretora, o corregedor da Casa ou um partido político apresente o requerimento.