Pelo grau de envolvimento em corrupção desenfreada da representação política que provocou sua inapetência para conduzir o processo político, não vejo outra alternativa que o chamamento do povo às urnas para resolver a crise.
As investigações começaram de maneira seletiva, revelando de imediato o esquema mafioso do PT, o que enfraqueceu a presidente Dilma, culminando com seu afastamento. Seu parceiro de coalizão, Michel Temer, sem a legitimidade dos votos e acusado de golpista, assumiu interinamente seu lugar. Virando as costas para o clamor das ruas, compôs o novo governo com velhas e caricatas figuras enroladas nas investigações. Em poucas semanas, viu-se também enredado na teia de corrupção do PMDB, aprofundando a crise política.
Mas não parou por aí. Na democracia é impossível frear o trem da história. Um por um dos partidos e figurões tradicionais da cleptocracia brasileira estão sendo revelados e tragados pelas investigações, confirmando o que venho afirmando há tempo: a corrupção no Brasil é sistêmica e não apenas um desvio de conduta pessoal.
Mesmo diante desse quadro triste e decepcionante, continuo firme e confiante que vamos dar a volta por cima. Considero que chegou o momento da revolução ética em nosso país. Para tanto, precisamos apoiar com decisão o avanço e o aprofundamento das investigações e nos mobilizarmos para que o povo seja convocado às urnas, não apenas para eleger presidente e vice, mas também uma nova representação para o Congresso Nacional.