O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM), está descansando em sua casa com a família, segundo sua assessoria de imprensa. Mas do lado de fora o clima não é de tranquilidade: de acordo com a Polícia Militar do DF, mais de 200 carros saíram em “buzinaço” da região central de Brasília, no final da manhã deste sábado, em direção à residência oficial em Águas Claras, cidade-satélite de Brasília. Os manifestantes pedem a saída de Arruda do cargo, bem como do vice, Paulo Otávio (DEM), dois dos envolvidos no escândalo do mensalão que engloba parlamentares aliados, assessores e empresários ligados ao GDF.
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Sempre observados pela PM – embora sem a mesma truculência registrada no ato em frente à sede do governo, na última quarta-feira (9) –, os manifestantes fizeram uma lavagem simbólica da entrada da residência oficial e proferiram palavras de ordem contra o mensalão do Arruda. Faixas e cartazes reforçaram o aparato material de protesto contra o governador.
Vídeo mostra agressão da PM contra grupo “Fora, Arruda”O esquema de corrupção, desbaratado há duas semanas pela operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, consistia no pagamento de propina para aliados ao governo Arruda e foi amplamente registrado em gravações de vídeos e áudio feitas pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa. Beneficiado por delação premiada, Durval, partícipe do esquema criminoso, acabou se tonando pivô do escândalo.
A carreata transcorreu pacificamente até a residência oficial, onde cinco carros da PM a aguardavam, com faixas de protesto, sósia com faixa de governador e até um panetone gigante em um dos veículos. A iguaria é uma referência à primeira desculpa oficial para o uso do dinheiro distribuído em pacotes, e flagrados em vídeo, para nomes como, além de Arruda, o presidente licenciado da Câmara Distrital, Leonardo Prudente (DEM), e o ex-corregedor da Casa, Júnior Brunelli (PSC). Cerca de 20 policiais acompanharam os carros em todo o percurso, sem interferência.
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