A Câmara dos Deputados vai investigar os agressores de dois seguranças da Casa, feridos no confronto com manifestantes que pressionam pela aprovação das PECs 300 e 308. Na noite desta terça-feira (17), após violência de ambos os lados, os manifestantes invadiram o salão verde da Câmara após os deputados, que prometiam um esforço concentrado, encerrarem a sessão sem votar nada.
Com violência, policiais pró-PEC 300 invadem a Câmara
De acordo com o diretor da Secretaria de Comunicação (Secom) da Casa, Sérgio Chacon, a Polícia Legislativa vai tentar identificar os agressores e buscar indiciá-los. Uma hora depois do conflito, os seguranças já analisavam as câmeras do circuito interno da Casa para avaliar a situação.
“Meu amigo levou cintadas na cabeça”, disse um agente ao Congresso em Foco. Segundo Chacon, um servidor da Casa levou “várias pancadas na cabeça” e está em observação no serviço médico da Câmara, embora aparentemente não tenha acontecido nada grave. O outro segurança também está no serviço médico.
O diretor do Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Câmara, Valério Silva, disse que, no momento da ocupação, os manifestantes eram cerca de 300, e apenas 70 de seus homens estavam à disposição para tentar impedir a entrada de policiais no Salão Verde. “O confronto corpo a corpo é perigoso. Tentamos segurar, mas estávamos em número inferior e não teve jeito. Então, resolvemos deixá-los entrar”, declarou.
Valério disse que já sabia da intenção dos policiais em entrar nas dependências da Câmara, mas que, diante do tumulto e da rapidez dos acontecimentos, não teve efetivo suficiente para impedir a manifestação.
Reforço da PM
Chacon disse que a Polícia Militar do Distrito Federal vai reforçar a segurança externa da Câmara amanhã, no segundo dia do prometido esforço concentrado dos deputados – justamente para votar propostas como a PEC 300, que cria piso salarial dos policiais e bombeiros.
O diretor da Secom afirmou que não haverá expulsão dos manifestantes que prometem acampar no salão verde, mas apenas uma tentativa de enfraquecer o movimento evitando que mais pessoas entrem na Câmara. “Aqui dentro, eles estão se comportando civilizadamente.”
O presidente da Câmara, Michel Temer, foi avisado do tumulto pelo diretor geral, Sérgio Sampaio. “Ele demonstrou preocupação em não haver nenhum tipo de violência”, narrou Chacon. Temer chegou na noite de hoje em Brasília, mas ficou em sua casa porque não havia acordo para as votações.
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