Sem conseguir localizar o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Câmara decidiu notificá-lo por meio do Diário Oficial da União, na edição desta quinta-feira (8), sobre o julgamento do processo de cassação de seu mandato, marcado para a próxima segunda (12). Funcionários da Câmara tentaram três vezes, em três endereços diferentes, encontrar o peemedebista para entregar o documento em mãos. Mas não conseguiram encontrá-lo. Cunha pediu que a notificação seja entregue também pessoalmente a ele no apartamento funcional que ocupa em Brasília. Ele diz que não se recusou a ser notificado e que houve apenas um desencontro.
Na sexta, funcionários procuraram o peemedebista em seu apartamento funcional em Brasília. Na segunda, tentaram localizá-lo no imóvel novamente e nos dois endereços fornecidos por ele no Rio: a sua residência o seu escritório político. O ex-presidente da Câmara disse que não o procuraram nos locais onde estava e que, em momento algum, telefonaram para ele para combinar o horário do encontro.
Leia também
Cunha afirmou que estava no Rio quando foi procurado em Brasília, e em São Paulo quando foram atrás dele na capital fluminense. Ele contou que estará no Rio nesta terça. “Ninguém me procurou, ninguém ligou”, disse Cunha ao Globo.
Quórum
Aliados do deputado afastado apostam em duas estratégias para evitar a cassação do colega, cuja cassação será votada pelo Plenário na próxima segunda-feira (12): esvaziar a sessão e, caso isso não seja possível, trocar a pena de perda de mandato pela suspensão temporária, de 90 dias ou até seis meses.
Segundo reportagem do Globo, parte dos peemedebistas analisa a alternativa de faltar à Câmara para tentar derrubar a sessão por falta de quórum e forçar o adiamento da votação para depois das eleições. Para cassar o mandato de Cunha, acusado de omitir a existência de contas no exterior em depoimento à CPI da Petrobras, são necessários 257 votos entre os 513 deputados.
Mais de 140 parlamentares já confirmaram ao Congresso em Foco que estarão presentes na Câmara na próxima segunda. A cada um dos 513 deputados foi enviada por e-mail a seguinte pergunta:
“Senhor(a) Deputado(a),
O Congresso em Foco pode confirmar o seu comparecimento na sessão deliberativa da Câmara dos Deputados marcada para as 12 horas do próximo dia 12 de setembro, na qual será julgado o processo de cassação do deputado Eduardo Cunha?”
Em poucos segundos, o deputado responde se confirma ou não sua presença na sessão do dia 12. Todos os gabinetes serão procurados também por telefone. O leitor pode acompanhar aqui a resposta de cada parlamentar.
As principais acusações contra Cunha