Mário Coelho
A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal se reúne nesta tarde (24) para decidir o destino de cinco deputados citados no Inquérito 650DF, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que originou a Operação Caixa de Pandora. Os distritais vão decidir o que fazer com os deputados Rogério Ulysses (sem partido, ex-PSB), Aylton Gomes (PR), Roney Nemer (PMDB), Benedito Domingos (PP) e Benício Tavares (PMDB), que estão com os processos suspensos.
A decisão foi tomada para priorizar as investigações contra os deputados Eurides Brito, Leonardo Prudente e Junior Brunelli. Eurides foi cassada na última terça-feira. Prudente e Brunelli acabaram renunciando para não enfrentar o processo de cassação.
A tendência é que os processos sejam arquivados. O Congresso em Foco mostrou que, como o caso de Eurides era o mais explícito, e o vídeo em que aparece colocando dinheiro na bolsa é visto como uma prova irrefutável de seu envolvimento, os deputados resolveram entregar a sua cabeça como demonstração de que aceitaram cortar na carne. A avaliação feita por distritais é que, pelo fato de os parlamentares serem apenas citados em depoimentos de terceiros, existem poucos indícios para qualquer tipo de condenação. O presidente da Comissão, Aguinaldo de Jesus (PRB), no entanto, defendeu publicamente a abertura dos processos.
Anteontem, por 16 votos favoráveis, três contrários e três abstenções, os deputados distritais cassaram o mandato da peemedebista Eurides Brito, que foi flagrada em vídeo colocando dinheiro de propina na bolsa. Além do mandato, ela perdeu os direitos políticos por oito anos, a contar a partir do fim do mandato. Com a decisão, Eurides está inelegível até 2019.
A relatora do caso na Comissão de Ética, Erika Kokay (PT), entendeu que as investigações revelaram fortes indícios de que houve “lesão ao erário, formação de quadrilha e improbidade administrativa”.
