Sete países, entre os quais o Brasil, propuseram nesta segunda-feira (4) a suspensão da Venezuela da Organização dos Estados Americanos (OEA). O pedido para iniciar o processo de afastamento será votado amanhã (5) e precisa do apoio de 18 dos 34 países-membros da organização.
A proposta foi feita na abertura da 48ª Assembleia Geral da OEA, a primeira desde a reeleição do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no último dia 20. Os principais lideres oposicionistas venezuelanos estavam presos, exilados ou tinham sido proibidos de se candidatar, e os maiores partidos da oposição boicotaram a votação para não legitimar o que consideravam uma fraude. Muitos países, inclusive o Brasil, também consideraram fraudulento o processo eleitoral.
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Em discurso na abertura da assembleia geral, que está sendo realizada em Washington, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, pediu apoio a um projeto de resolução suspendendo a Venezuela da instituição até a restauração da ordem democrática no país. Argentina, Brasil, Canadá, Chile, México e Peru apoiaram o documento de Pompeo.
Publicidade“A suspensão não é uma meta em si”, disse Pompeo. Segundo o secretário de Estado, a medida seria um “recado ao regime de Maduro” de que o país só será aceito pela comunidade internacional depois de realizar novas e “verdadeiras eleições” presidenciais.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, respondeu que seu país não aceitaria ingerência externa. “O presidente da Venezuela se chama Nicolás Maduro Moros e teve 68% de apoio popular nas eleições de 20 de maio”, afirmou Arreaza. “Não nos importa se os Estados Unidos, ou qualquer outro país, não reconheçam os resultados.”
Na prática, a suspensão da Venezuela da OEA seria mais uma condenação política da comunidade internacional ao país. No ano passado, Maduro anunciou que abandonaria a OEA, em protesto contra o que chamou de complô internacional contra o regime socialista venezuelano, no poder há 18 anos.
Além da suspensão da Venezuela, Mile Pompeo pediu que os países exerçam mais pressão sobre Maduro – incluindo sanções econômicas. O tema é delicado, uma vez que a hiperinflação, o desabastecimento e a radicalização política já levaram milhares de venezuelanos aos países vizinhos – especialmente Brasil e Colômbia – que hoje sentem o impacto da crise humanitária.
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