O deputado Roberto Brant (PFL-MG), disse há pouco, em depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, que nunca recebeu mesada do PT para projetos do governo. O parlamentar argumentou que os R$ 102 mil sacados em nome dele nas contas do empresário Marcos Valério eram uma doação das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), não-declarada, para sua campanha à prefeitura de Belo Horizonte (MG).
"Foi uma doação de campanha. Não tenho nenhuma ligação com compra de votos de parlamentares. Não teria porque receber dinheiro para votar com o governo", afirmou Brant. O deputado afirmou que não podia declarar a doação em sua prestação de contas porque só recebeu os recursos após o período eleitoral. "Se eu colocasse lá na prestação, ia dar problema com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral)", relatou.
O parlamentar, que responde a processo por quebra de decoro no Conselho, disse que ficou decepcionado ao ser apontado pelas CPIs do Mensalão e dos Correios como um dos beneficiários do mensalão e adiantou que vai deixar a política. "Em nome desse sentimento (de decepção), sepulto a minha vida pública", declarou.
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Em sua exposição inicial, Brant disse que não viu problemas em aceitar os recursos da Usiminas pela SMP&B, uma das agências de Valério. "Belo Horizonte não é uma cidade grande e todos sabiam que a SMP&B era a agência da Usiminas. Por isso aceitei o dinheiro. E, na época, a SMP&B não estava envolvida em denúncias, como está hoje", afirmou o pefelista.
Segundo o parlamentar, a quantia depositada pela empresa ficou aquém do que havia sido combinado inicialmente. "Quando soube do valor, de R$ 102 mil, fiquei indignado. Eu nem ia receber. Se eu não tivesse recebido, não estaria aqui", lamentou Brant.
Neste momento, o pefelista prossegue em seu depoimento no Conselho de Ética.
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