A crise deflagrada entre o presidente Jair Bolsonaro e o PSL, partido pelo qual eleito presidente da República, pode ser solucionada, acreditam auxiliares com que o mandatário têm se reunido no Palácio do Planalto. “Com boa vontade é possível”, disse nesta quinta-feira (10) uma pessoa próxima de Bolsonaro ao Congresso em Foco.
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Na quarta-feira (9), o presidente declarou ao site Antagonista que não irá deixar a sigla, a menos que seja expulso. No mesmo dia, ao sair do Palácio do Planalto comparou a desavença entre ele e Bivar com “briga de marido e mulher” e disse que não “tem crise no PSL”.
Para a fonte ouvida pelo Congresso em Foco, Luciano Bivar precisa “correr para regularizar os diretórios municipais e implementar o compliance” do PSL.
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Compliance é um conjunto de regras para estruturar a conduta partidária e evitar práticas consideradas inadequadas.
Bolsonaro recebeu na quarta-feira 20 deputados do partido, que entregaram uma carta de apoio. No documento é cobrada uma maior transparência da gestão financeira do comando da sigla, mas não é aventada a possibilidade de sair da legenda.
PublicidadeO presidente e os 20 deputados mostraram preocupação em achar uma forma de sair da legenda sem que isso prejudique os congressistas, tendo em vista que, no caso das eleições proporcionais como é a para deputados, o mandato é do partido e não do político que se candidatou.
A crise na sigla foi mencionada em pelo Congresso em Foco em setembro, quando deputados revelaram ao site que a situação dentro do partido era de racha e possível debandada.
O clima piorou nesta semana, quando Bolsonaro disse para um seguidor esquecer da sigla. Desde então, troca de farpas estão acontecendo dos dois lados do muro. De um lado, Bolsonaro e seus aliados mais ferrenhos, e do outro, o presidente do partido Luciano Bivar e deputados que não fazem parte da ala mais bolsonarista.
Aliados de Bolsonaro alegam que Bivar não está preocupado com o presidente, mas com o destino dos milionários fundos partidário e eleitoral a que o PSL terá acesso em função do número de vagas conquistadas na Câmara, ocupadas – lembram eles – graças à onda bolsonarista. Estima-se que o partido receberá, apenas em 2020, mais de R$ 300 milhões somados os recursos dos dois fundos.
Já a ala que defende Bivar vê o movimento de Bolsonaro como uma traição. Para eles, não há como admitir que o deputado pernambucano, que abriu as portas da legenda para Bolsonaro disputar as eleições, seja deposto por pessoas que ingressaram recentemente no partido.
O grupo também não aceita perder o controle sobre recursos públicos para campanhas eleitorais. Alegam que os dois casos de corrupção que mais deixaram o partido “queimado” – palavra usada pelo presidente para se referir a Bivar – estão no quintal dele: as suspeitas de corrupção em torno do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Ambas tratadas com indiferença pelo presidente.
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