Os usuários das redes sociais se dividem entre mensagens de apoio e ataques contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, após um convidado da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News acusá-la de ter se insinuado sexualmente para conseguir informações.
Diversas entidades como Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), além de políticos de diferentes posicionamentos postaram mensagens em solidariedade à jornalista. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi um dos que saiu em defesa da profissional.
Dar falso testemunho numa comissão do Congresso é crime. Atacar a imprensa com acusações falsas de caráter sexual é baixaria com características de difamação. Falso testemunho, difamação e sexismo têm de ser punidos no rigor da lei.
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Publicidade— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) February 12, 2020
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Veja as principais reações em apoio à jornalista:
PublicidadeNota oficial: FENAJ e SJSP se solidarizam com jornalista Patrícia Campos Mello e repudiam mentiras e ofensas em CPMI das Fake News https://t.co/yM0HmvO1KJ via @FENAJ
— FENAJ (@FENAJoficial) February 12, 2020
É assustador que um agente público use seu canal de comunicação para atacar jornalistas cujas reportagens trazem informações que o desagradam, sobretudo apelando ao machismo e à misoginia. https://t.co/ZBykL4431C
— Abraji (@abraji) February 12, 2020
Hans River mentiu descaradamente na CPMI das FakeNews. É crime. Agora vai ter que responder. Minha solidariedade à jornalista Patrícia Campos Melo, caluniada pelo indigitado.
— Rui Falcão (@rfalcao13) February 12, 2020
A jornalista Patrícia Campos de Mello foi alvo de ataques nojentos hoje no Congresso, inclusive por parte de um deputado cuja família está de luto pelo assassinato de um miliciano muito querido por eles. Repudio essa covardia e presto toda solidariedade a @camposmello.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) February 12, 2020
O bolsonarismo mostrou mais uma vez do que é capaz na CPMI das Fake News. Hans River mentiu e ofendeu a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha. Mentir em CPMI dá cadeia.
Os filhos do presidente repercutiram de forma irresponsável as mentiras e acusações. Isso precisa acabar!
Também mostrou falta de pudor, recato e qualquer traço de decência ao insultar a repórter da Folha, Patrícia Campos Mello.
Esse sujeito disse que a repórter ouviu uma negativa dele e ele disse que “não fazia parte do interesse dele a pessoa querer um determinado tipo de matéria— Alexandre Frota 77 (@alefrota77) February 12, 2020
— PSOL 50 (@psol50) February 12, 2020
São repugnantes e merecem todo nosso repúdio os ataques à jornalista @camposmello
Na democracia, é possível criticar jornalistas sem apelar para instrumentos espúrios e até mesmo criminosos.— PSDB (@PSDBoficial) February 12, 2020
Criticada durante CPI das Fake News
As acusações contra Patrícia de foram feitas durante sessão desta terça-feira (11) por Hans River, ex-funcionário de uma empresa acusada de enviar mensagens em massa em favor do então candidato à Presidência, Jair Bolsonaro.
>Eduardo Bolsonaro critica jornalista com insinuações sexuais
No depoimento, Hans desqualificou a jornalista e a acusou de ter se insinuado sexualmente em troca de informações. Ele afirmou também que não teria trabalhado para o PSL, mas para o Partido dos Trabalhadores.
Na noite desta terça-feira (11), o jornal Folha de S. Paulo publicou uma matéria desmentindo o depoimento de Hans sustentado por Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) em sessão da Câmara ontem. Na reportagem foram divulgadas imagens das conversas por Whatsapp trocadas entre a jornalista e o entrevistado.