No início da tarde de hoje (4), a promotora Alessandra Queiroga mandou uma carta ao Congresso em Foco fazendo algumas considerações sobre os textos de apresentação da entrevista exclusiva que ela deu ao site. São alguns esclarecimentos para algumas, segundo ela, imprecisões cometidas. Os enganos serão corrigidos. Mas, por uma questão de honestidade na informação, o Congresso em Foco publica abaixo a íntegra da carta de Alessandra:
Quero iniciar minha missiva parabenizando o Congresso em Foco, mais uma vez, pela campanha cidadã a favor da intervenção no Distrito Federal. São muito poucos os meios de comunicação que têm independência suficiente para poder enfrentar esta questão com a seriedade que ela requer.
Foi justamente em razão desta postura do Congresso em Foco que resolvi dar a entrevista, mesmo sabendo que ficar em silêncio é uma posição muito mais cômoda e segura. Acredito que valeu à pena esta exposição, pelo simples fato do assunto voltar a ser destaque e poder sensibilizar a consciência daqueles que podem mudar o quadro triste de desmandos na nossa Capital da República.
Tivemos pouco tempo para conversar e algumas informações que dei parece não terem ficado muito claras, o que levou a pequenas imprecisões na matéria, que eu gostaria de reparar.
O primeiro ponto a destacar: não fui eu quem negociou os termos da delação premiada com Durval Barbosa Rodrigues. Não tinha atribuição para isso já que uma das pessoas a ser delatada era justamente o Governador. O que eu fiz foi falar da possibilidade de Durval negociar uma delação premiada e me dispus a levar o assunto, juntamente com o colega Wilton Queiroz de Lima, ao Procurador Geral da República, o que foi feito.
O segundo aspecto que merece relevo: embora eu tenha coordenado o Núcleo de Combate às Organizações Criminosas durante quase três anos, quando comecei a travar os primeiros diáologos com Durval Barbosa, já não estava mais no NCOC. Por opção pessoal, resolvi me dedicar apenas ao CI, nosso Centro de Produção, Análise, Difusão e Segurança da Informação, do MPDFT, tendo o Procurador Geral de Justiça designado o combatente colega Sergio Bruno Cabral Fernandes para coordenar o NCOC, também integrado pelos colegas Clayton Germano, Marco Antonio Julião, Marcio Vieira de Freitas e Aurea Ramim. No CI, a coordenação continuou a cargo do Mestre Wilton Queiroz de Lima, passando eu a integrá-lo e a contar, nos dias atuais, com a inestimável colaboração do experiente colega Alexandre Salles.
O terceiro aspecto a ser esclarecido: Durval Barbosa não teve seu nome envolvido na Operação Aquarela; ele estava sendo investigado pela comissão de Promotores de Justiça que se dedicaram a aprofundar seus conhecimentos sobre os desvios no Instituto Candango de Solidariedade; depois as investigações ficaram a cargo das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, no que receberam a colaboração do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas e do CI, do MPDFT. Já a operação Megabyte derivou das investigações meticulosas feitas pelos Promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, mais uma vez apenas auxiliados pelo NCOC e pelo CI.
Embora não tenha havido qualquer comprometimento na compreensão da matéria, julguei ser relevante fazer estes esclarecimentos, para não deixar de ser inteiramente fiel aos fatos.
De resto quero dizer que fiquei extremamente comovida com os comentários postados no site. É um sopro de vida saber que a capacidade de indignação das pessoas continua latente e que muitos cidadãos têm a coragem de exigirem mudanças.
Obrigada pela oportunidade de falar sobre um assunto de tamanha relevância e mais uma vez, parabéns pela
linha editorial por vocês adotada.
Atenciosamente,
Alessandra Queiroga