As principais lideranças do Congresso Nacional avaliam que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-presidente Lula são os políticos com maiores chances de vitória nas eleições presidenciais de 2018, respectivamente com 27% e 20% das menções.
Para a elite parlamentar do país, são remotas as possibilidades de o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) chegarem ao Palácio do Planalto. Ambos tiveram apenas 2% das citações, três vezes menos do que o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que foi citado por 7% das lideranças entrevistadas. O ex-governador cearense Ciro Gomes, hoje no PDT, teve 4%. Marina Silva (Rede) não foi citada nenhuma vez.
Esses são alguns dados apurados pelo Painel do Poder, ferramenta criada pelo Congresso em Foco para mostrar o que pensa e para onde vai o Legislativo brasileiro. Tendências de votação em relação às pautas mais importantes, o grau de articulação e influência dos diversos grupos organizados da sociedade dentro do Parlamento e a avaliação que os congressistas fazem do governo e de diversas instituições são algumas das informações recolhidas por esse novo instrumento de aferição da temperatura do poder.
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O produto foi desenvolvido em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (Ibpad).
Termômetro do poder
PublicidadeA pesquisa também mostra que, na média, os principais líderes do Congresso fazem avaliação positiva do presidente Michel Temer e do seu governo. Numa escala entre 100 graus negativos e 100 graus positivos, a medição da “temperatura” do Executivo chegou a 28,9 graus.
Como o termômetro pode ir até 100, vê-se que o governo, embora seja visto de forma favorável, é tratado com relativa frieza.
No Painel do Poder, o universo dos entrevistados compreende apenas os congressistas com maior capacidade de decisão: líderes partidários, membros das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, presidentes de comissões e influenciadores das principais bancadas temáticas.
Dos parlamentares ouvidos nesta primeira rodada de pesquisa, realizada entre os últimos dias 14 e 17, 74% pertencem a partidos da base governista e 26% a legendas da oposição. A amostra abrangeu todas as regiões geográficas do país, dividindo-se da seguinte forma: Sudeste e Nordeste, ambos com 27% cada; Sul, 24%; Centro-Oeste, 15%; Norte, 7%.
O Painel do Poder tem caráter inédito tanto pela concepção metodológica quanto pela variedade de aplicações que permite. As informações serão colhidas trimestralmente, de maneira a apresentar a evolução de tendências do termômetro e de outros índices apurados (para saber mais a respeito, envie uma mensagem para paineldopoder@congressoemfoco.com.br). Para isso, algumas perguntas vão se repetir em todos os levantamentos de campo.
O propósito do Painel do Poder é criar uma ferramenta temporal, mas não só uma fotografia no tempo, como as pesquisas de opinião geralmente fazem, mas um conjunto de dados em permanente evolução. Essa metodologia possibilitará compreender como as opiniões dos líderes parlamentares mudam de acordo com as diferentes coletas de dados a serem feitas. Novas rodadas de pesquisa serão feitas em maio, agosto e outubro.