Em campanha em João Pessoa (PB), o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse ontem (sexta, 13) que Lula (PT) patrocina uma "campanha do medo" contra sua candidatura.
"Eles criaram a Mentirobrás, porque é uma mentira atrás da outra", afirmou Alckmin, negando que privatizará o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, os Correios e a Petrobras. O tucano também prometeu "manter e aumentar" o programa Bolsa Família, que ele já criticou.
"No Brasil inteiro, os nossos adversários ficam com esta mentira de que vamos acabar com o Bolsa Família. Isso é um absurdo", afirmou. "Vamos manter e aumentar esse programa. Tem gente que precisa e não está recebendo [o Bolsa Família]".
Quanto à privatização, declarou, referindo-se ao BB, à CEF, à ECT e à Petrobras: "Vamos valorizar essas instituições, elas não podem ser objeto de aparelhamento. Vamos valorizar seus funcionários, valorizar o concurso e a carreira, porque este é o bom caminho", disse.
Para Alckmin, o presidente faz "jogo sujo": "Fico triste de ver o próprio candidato Lula dizer essas coisas sem a menor veracidade. Como eles não têm muito o que mostrar, ficam nessa campanha de criar medo. É uma campanha de boatos, fofocas, mentiras, tudo para enganar o eleitor".
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As suspeitas do PT
PublicidadeLula lançou suspeitas sobre supostos planos privatistas do seu adversário em várias oportunidades nos últimos dias, inclusive no debate da Bandeirantes do último domingo (8). Dois dias antes, ao participar de comício em Salvador, o presidente afirmou: "A loucura deles é vender o patrimônio público. Se não ficarmos espertos, eles vão querer privatizar o Banco do Brasil, a Caixa, a Petrobras…"
A campanha petista também tem usado as declarações de Yoshiaki Nakano, cotado para ser ministro da Fazenda em um eventual governo Alckmin, para colocar em dúvida o futuro dos programas sociais se o PSDB vencer as eleições presidenciais. Nakano defendeu a necessidade de um forte ajuste fiscal, correspondente a R$ 60 bilhões, no primeiro ano de mandato.
O coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, disse que o resultado seria recessão e falta de dinheiro para os investimentos sociais. O valor citado pelo assessor econômico de Alckmin, enfatizou ele, representa três anos do orçamento do Bolsa Família. Em entrevista publicada neste sábado pelo jornal Folha de S. Paulo, a ex-prefeito Marta Suplicy vai além. Afirma que o ajuste revelado por Nakano "não seria possível sem acabar com o Bolsa Família, sem corte na saúde, na educação".