A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Polícia Federal (PF), de acordo com o jornal Correio Braziliense, aumentaram significativamente as despesas com os cartões de crédito corporativo nos últimos três anos.
Em 2006, a Abin gastou R$ 5,58 milhões – 2,45 vezes mais do que o registrado em 2004. Nesse mesmo período, a PF aumentou o uso da verba de R$ 50 mil anuais para R$ 523,8 mil.
Entretanto, o problema vai além do crescimento nos gastos, já que as duas instituições tratam 100% das compras e saques realizados com cartões corporativos como segredo de Estado. Por isso, não revelam detalhes das operações sob o pretexto de comprometer a segurança nacional.
A Secretaria de Administração da Presidência da República, responsável pelas despesas diárias do gabinete do presidente Lula, faz o mesmo, mantendo sob sigilo dados referentes a R$ 4,83 milhões dos R$ 4,98 milhões gastos com os cartões no ano passado.
Os cartões corporativos foram adotados no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998, sob o argumento de facilitar a rotina de pagamentos de autoridades e servidores da administração pública.
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No ano passado, depois de denúncias sobre supostas irregularidades no serviço, principalmente em despesas realizadas pela Presidência, o Tribunal de Contas da União (TCU) passou a acompanhar a utilização dos cartões. O órgão recomendou ao governo mais transparência nas informações e melhoria nos sistemas de controle, além de restrições aos saques para pagamentos de despesas. O percentual de retiradas em dinheiro em relação ao total de gastos chegou a atingir 41% em 2004.
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