As chances de o presidente Jair Bolsonaro se reeleger em 2022 cresceram, na avaliação dos principais líderes do Congresso. Para eles, os nomes mais fortes para enfrentar Bolsonaro são dois velhos conhecidos dos eleitores: o ex-governador Ciro Gomes (PDT) e o ex-presidente Lula (PT), pela ordem. Lula saiu vitorioso em duas das cinco disputas presidenciais de que participou. Ciro concorreu em três oportunidades, mas não chegou ao segundo turno.
Personalidades populares que nunca disputaram um mandato, o apresentador de TV e empresário Luciano Huck e o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro aparecem empatados na quarta colocação entre aqueles com maiores chances de derrotar Bolsonaro. Logo atrás, vem o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) (veja a diferença entre eles no quadro mais abaixo).
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Entre outros questionamentos, os parlamentares entrevistados responderam à seguinte pergunta: “Na sua opinião, qual dos candidatos abaixo tem mais chances de se eleger presidente da República em 2022?”. Foram oferecidas a eles 13 opções, além de um campo em branco caso quisessem incluir algum nome na lista.
Para 38,6% dos líderes ouvidos, Bolsonaro é o candidato com maiores chances de vencer em 2022. No levantamento feito em março, poucos dias antes do registro do primeiro caso de coronavírus no país, Bolsonaro era apontado por 31,2% dos líderes como o nome mais forte para 2022. Desta vez, Ciro, com 12,9%, e Lula, com 11,4% das menções foram indicados como os nomes com mais chance de impedir a reeleição do presidente. Luciano Huck e Sergio Moro foram citados por 5,7% dos entrevistados. Governador do estado mais desenvolvido do país, Doria foi apontado como o candidato mais forte por 2,9% pelas lideranças.
PublicidadeO entendimento entre as lideranças de que cresceram as chances de Bolsonaro se reeleger em 2022 coincide com a divulgação de pesquisas que mostram melhora na aprovação popular de seu governo, puxada sobretudo pela concessão do auxílio emergencial. Essa percepção, no entanto, não acompanha a avaliação desses mesmos parlamentares em relação ao presidente.
Os líderes deram nota 2,5 ao presidente, em uma escala de 0 a 5. A média é igual à registrada em março do ano passado, na primeira pesquisa Painel sob seu governo. Na rodada anterior, em julho, as lideranças ouvidas deram nota 2,6 ao presidente. Em todas as seis ondas do Painel, Bolsonaro teve desempenho inferior ao do vice-presidente Hamilton Mourão, que recebeu desta vez nota 2,9.
Para o economista e cientista político Ricardo de João Braga, é natural os líderes apontarem Bolsonaro como o candidato com mais chances de vencer em 2022 por ele já estar no cargo e se movimentando para renovar o mandato. Ao mesmo tempo, observa, a oposição ainda está se preparando para a disputa.
Ele acredita que a aproximação de Bolsonaro com o Centrão, bloco informal de partidos de centro e direita, também se reflete na expectativa dos líderes. “Bolsonaro virou opção para o Centrão. Mas isso é paradoxal porque à medida que prestigia o Centrão, ele frustra eleitores que acreditavam que com ele seria diferente”, diz Ricardo, um dos responsáveis pelo Farol Político, serviço de análise do Congresso em Foco.
Além da avaliação de autoridades, como governadores e ministros, o Painel também revela a expectativa dos principais líderes do Congresso sobre os rumos da economia e outros temas legislativos. Com caráter inovador, a pesquisa é baseada em investigações científicas e apuração jornalística.
Para ter acesso à íntegra desta edição do Farol Político e saber como os líderes do Congresso veem o governo, escreva para congressoemfoco@congressoemfoco.com.br
Produzido com metodologia científica, o Painel do Poder tem grande potencial estratégico para quem deseja desenhar cenários políticos e econômicos de curto, médio e longo prazo. As entrevistas foram feitas pelo Congresso em Foco em parceria com a empresa Demodata.
A pesquisa antecipou em março de 2019, com grande antecedência, o que terminou ocorrendo com a reforma da Previdência: grandes chances de aprovação, ressalvados os pontos que afinal foram retirados do texto enviado pelo Palácio do Planalto. Também indicou que não havia clima para a aprovação de Eduardo Bolsonaro para o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos (ele desistiu da disputa por falta de apoio) e a exclusão de pontos do chamado pacote anticrime.
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