Peça que o PSD reserva para entrar na disputa eleitoral de 2022, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) é a autoridade mais bem avaliada pelos parlamentares que compõem o Congresso Nacional. É o que revela a última rodada do Painel do Poder, pesquisa trimestral que o Congresso em Foco Análise realiza com 70 dos mais influentes deputados e senadores do país. Pela representatividade dos parlamentares que respondem à pesquisa, ela mede perfeitamente os humores e principais tendências do Parlamento brasileiro.
Entre as questões que são medidas, está a avaliação que os parlamentares fazem das principais autoridades brasileiras. A pesquisa mediu que o presidente Jair Bolsonaro é hoje a autoridade com o pior conceito entre os parlamentares. E que Pacheco é a mais bem avaliada.
De uma escala de 1 a 5, onde 3 é a média, Rodrigo Pacheco obteve entre seus pares do Congresso a nota 3,49. Só há outras duas autoridades da República fora do governo federal com avaliação acima da média. São o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que obteve 3,25, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que ficou com 3,13. E três ministros do governo: Tereza Cristina, da Agricultura (3,45); Tarcísio Freitas, da Infaestrutura (3,38), e Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional (3,1).
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Certamente, Pacheco tem seus próprios instrumentos para medir como anda seu momento. E não é por outra razão que justamente agora ele se movimenta para ser a opção do PSD, o partido de Gilberto Kassab, à Presidência da República em 2022. Kassab confirmou recentemente os movimentos. Pacheco deverá se desfiliar do DEM nos próximos dias e aparecer como a opção de terceira via do PSD na disputa presidencial do ano que vem.
A avaliação de Pacheco é melhor que a de seu antecessor, Davi Alcolumbre (DEM-AP), medida em rodadas anteriores do Painel do Poder. Em dezembro de 2020, Alcolumbre teve nota 3,1. Já seu colega no comando do Poder Legislativo, Arthur Lira, recebeu média inferior à de seu antecessor, Rodrigo Maia, em dezembro de 2020: 3,13 para Lira, ante 3,3 de Maia.
Se não viesse a provocar uma óbvia confusão e má interpretação, o PSD bem poderia embarcar na atual onda entre partidos de trocar siglas por nome e adotar como seu nome Biruta. Claro, não seria biruta como sinônimo de alguém com problemas mentais, mas designando o aparelho que existe em aeroportos para medir a direção dos ventos. Porque não há hoje partido que funcione melhor como biruta política que o PSD.
PublicidadeDesde o início, o partido criado por Gilberto Kassab declara sua intenção de se descolar completamente da divisão entre direita e esquerda. Mais do que um partido de centro, o PSD sempre se move no sentido de aderir à onda do momento.
Gilberto Kassab ganhou evidência no mundo político como prefeito de São Paulo aliado do então governador Geraldo Alckmin, no PSDB. Foi ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff, do PT. Foi ministro das Comunicações no governo Michel Temer, do MDB. Foi secretário da Casa Civil no governo João Doria em São Paulo. Agora, ao mesmo tempo o PSD tem Fábio Faria no Ministério das Comunicações e escala dois pitbulls contra o governo na CPI da Covid, o presidente Omar Aziz e o senador Otto Alencar. E parte para ter um nome próprio na eleição presidencial do ano que vem. Um nome que hoje preside o Senado e o Congresso, com o óbvio poder que tal posição garante.
Assim, Kassab vai se descolando do governo Bolsonaro, mantendo um pé nele, sabendo que ainda que não consiga quebrar a polarização Lula/Bolsonaro, quem quer que vença vai seguir precisando da colaboração do seu partido. Para onde o vento político soprar, estará o PSD. Quem sabe num redemoinho hoje improvável, o vento não acabe soprando para Rodrigo Pacheco?
Realizada trimestralmente pelo Congresso em Foco Análise, o Painel do Poder é um importante termômetro para medir os humores e tendências do Congresso Nacional. Os deputados e senadores que respondem ao levantamento estão entre as lideranças mais influentes do Parlamento. Portanto, suas avaliações refletem o sentimento do Congresso como um todo.
Diversas questões relacionadas à pauta em discussão são abordadas na pesquisa. E a avaliação das autoridades é somente uma delas. Mesmo com relação a esse ponto, há bem mais detalhes e aprofundamentos no levantamento. Portanto, para conhecer tudo o que a pesquisa revela, é importante conhecê-la completamente.
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> Painel do Poder: Bolsonaro é a autoridade mais mal avaliada pelo Congresso