O Supremo Tribunal Federal (STF) irá investigar se o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro prestou informações falsas à Justiça sobre a prestação de assistência médica e social aos indígenas da nação Yanomami. Segundo o gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, relator de ações que tratam da proteção ás comunidades indígenas, há indícios de descumprimento de decisões judiciais.
As inconsistências que serão apuradas dizem respeito à realização de operações para garantir a saúde, a segurança alimentar e a proteção das comunidades indígenas.
Desde o dia 16 de janeiro, equipes do Ministério da Saúde atuam na reserva Yanomami no resgate de indígenas com desnutrição e malária. Foi decretado estado de emergência de saúde na região.
O STF havia determinado a execução de um plano para a expulsão dos cerca de 20 mil garimpeiros e também de madeireiros que atuam ilegalmente na região e em outras seis terras indígenas. O plano também previa estratégias para interromper a chegada de alimentos e outros suprimentos aos garimpos. A determinação previa ainda o uso de forças policiais caso houvesse necessidade.
Ao STF, o governo Bolsonaro indicou a realização de ações, tanto para proteção e assistência aos yanomami como para a repressão do garimpo ilegal. Os indícios, porém, são de que, na verdade, as ações não ocorreram conforme o determinado.