Enquanto o Congresso e o Judiciário permanecem em recesso, as atenções esta semana em Brasília voltam-se para o tamanho do que está previsto para acontecer na terça-feira (18). Os servidores públicos planejam uma grande manifestação na Esplanada dos Ministérios em protesto por reajuste salarial. Como disse na semana passada em entrevista ao Congresso em Foco o presidente do Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, a possibilidade de uma greve geral do serviço público não está descartada.
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As reações dos servidores cresceram desde o final do ano passado, quando o governo decidiu reajustar somente os salários das categorias policiais – Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e agentes penais.
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As primeiras reações vieram dos auditores da Receita Federal, e operações padrão em aduanas e postos de fronteira já vêm provocando filas de caminhões, desabastecimento e outros problemas. O movimento cresceu para outras categorias, que exigem ter também reajuste a exemplo das polícias. Desde o início do ano, funcionários têm entregue seus cargos de chefia.
Estima-se que até 46 diferentes categorias de servidores públicos deverão participar da manifestação na terça-feira. Somente entre as carreiras típicas de Estado, a projeção da Fonacate é de adesão de 19 categorias. A Fonacate tem cerca de 200 mil filiados.
A dificuldade do governo está em como negociar com as categorias sem produzir um efeito dominó. O desejo do ministro da Economia, Paulo Guedes, era reverter todo e qualquer reajuste. Mas isso esbarra nos compromissos feitos pelo próprio presidente Jair Bolsonaro com os policiais. Bolsonaro, inclusive, estaria irritado com a forma como Guedes vem criticando tal aumento.
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Tentou-se, então, fazer negociações caso a caso, buscando soluções paliativas. Mas toda vez que o governo cede a alguma categoria atiça outras a reivindicarem também. Na semana passada, o ministro da Justiça, Anderson Torres, teve reunião com as categorias policiais, e Paulo Guedes, com o sindicato dos auditores, o Sindifisco. Nada de concreto saiu dos encontros. O Sindifisco classificou a reunião com Guedes como “frustrante”. Como o governo resolverá o problema, ainda é uma incógnita.
Dois dias depois da manifestação dos servidores na Esplanada, Bolsonaro fará a sua primeira viagem internacional.