A deputada Sâmia Bomfim (SP), líder da bancada do Psol na Câmara, revelou em seu perfil do Twitter ter que recebeu ameaças de morte com teor semelhante aos ataques recentemente direcionados à vereadora de Belo Horizonte Duda Salabert (PDT) e à ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB). Consultada, a parlamentar informou que a assinatura dos e-mails foi a mesma usada nas ameaças contra jornalistas do Congresso em Foco.
Sâmia conta ter recebido o e-mail na última quinta-feira (28). O autor se refere à deputada como “servidora pública vagabunda”, “vadia” e “parasita” e diz que pretende “amarrá-la” na frente do seu filho. O autor ainda ameaça a deputada de morte e estupro e afirma que ela não vai continuar a exercer o cargo de deputada federal.
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A líder do Psol conta que registrou boletim de ocorrência no dia seguinte, e decidiu dar publicidade ao ataque por conta da semelhança com as ameaças recentes contra Duda Salabert e Manuela D’Ávila. “Cheguei a pensar em não divulgar. Mas refleti que, mesmo não sendo a primeira ameaça, foi a mais grave e perversa”, escreveu ela em seu perfil no Twitter.
A deputada conta estar convicta de que o autor desse ataque deseja vê-la “paralisada e rendida”. Sâmia avalia as ameaças tanto como um caso de violência política quanto de violência de gênero. “É fundamental responsabilizar os autores de cada um desses ataques. Mas, ao mesmo tempo, é preciso derrotar quem os estimulam”, declarou.
O e-mail foi enviado à deputada em domínio do Proton, serviço de correio eletrônico que criptografa o endereço IP do usuário, impedindo o acesso à sua localização. A assinatura foi a mesma dos e-mails enviados contra os jornalistas Lucas Neiva e Vanessa Lippelt, ameaçados de morte e estupro após a veiculação de uma matéria denunciando a produção de fake news em massa em um fórum anônimo em favor do presidente Jair Bolsonaro.
O signatário também é o mesmo de outra ameaça, contra a redação do Congresso em Foco. O nome utilizado nos e-mails, porém, não necessariamente é o do autor: a utilização do nome de rivais é prática corriqueira em fóruns neonazistas na internet.
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