O senador Renan Calheiros (MDB-AL) age para que um aliado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), seja escolhido pelos deputados em fevereiro para comandar a Casa Legislativa. O principal concorrente do grupo de Maia é o deputado Arthur Lira (PP-AL), rival de Renan em Alagoas. Líder do Centrão e do PP, Lira é o favorito do presidente Jair Bolsonaro para ser presidente da Câmara.
Foi Renan quem tornou possível o jantar de reconciliação entre Maia e o ministro da Economia, Paulo Guedes, no início de outubro. Maia e Guedes estavam rompidos há mais de mês e, desde então, reforçaram o discurso de unidade em torno da aprovação das reformas.
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O Congresso em Foco confirmou com interlocutores do ex-presidente do Senado que ele está focado nos últimos dias na eleição para prefeito de Maceió (AL), mas que, após o segundo turno, pretende se lançar nas articulações em favor do grupo de Maia.
O presidente da Câmara ainda não definiu quem vai ser seu candidato, mas já articula a criação de um bloco. Tentam concorrer pelo grupo os deputados Baleia Rossi (MDB-SP), que preside o partido de Renan, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da reforma tributária, Marcos Pereira (Republicanos-SP), vice-presidente da Câmara, Luciano Bivar (PSL-PE), presidente do PSL, e Elmar Nascimento (DEM-BA), ex-líder de seu partido.
A rixa entre Lira e Renan se agravou nesta eleição municipal, pois o vice-governador de Alagoas, Luciano Barbosa, resolveu se candidatar a prefeito de Arapiraca (AL). A decisão levou à sua expulsão do MDB. Barbosa venceu a eleição, mas sua candidatura está sub judice e não há definição se vai poder assumir o cargo.
A ausência de Luciano Barbosa no cargo de vice atrapalha os planos do governador Renan Filho (MDB), filho do senador, que pretende renunciar ao mandato em 2022 para concorrer ao Senado.
Sem o vice-governador, o cargo passaria a ser ocupado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor (Solidariedade), que é aliado político de Arthur Lira. Com um governador ligado ao deputado, seria dificultada a articulação de Renan Filho para emplacar seu sucessor.
O líder do PP disse ao Congresso em Foco que não tem relação com Luciano Barbosa e que isso é uma disputa interna do MDB de Alagoas. Lira declarou que inexiste uma briga dele com Renan Calheiros e afirmou que se reúne semanalmente com o governador Renan Filho. Sobre o fato do senador apoiar o grupo de Maia, o líder classificou isso como natural porque o presidente do partido de Calheiros, Baleia Rossi, é um dos que tenta ser candidato pelo grupo.
O deputado também citou que o PP concorreu em Arapiraca com Tarcizo Freire e que ele ajudou outra candidatura. “Meu partido teve candidatura em Arapiraca. Eu arrumei partido para coligar com Fabiana Pessoa [Republicanos], que é mulher do deputado [federal] Severino Pessoa [Republicanos], em Araparica.”
Em Maceió, Arthur Lira viu seu candidato, Davi Davino (PP), ficar de fora do segundo turno. A disputa no domingo será entre o deputado JHC (PSB) e Alfredo Gaspar (MDB), afilhado político de Renan. Assim como no primeiro turno, a decisão final deve se dar por diferença pequena de votos, o que torna o cenário imprevisível para o próximo domingo.
Confira a nota do MDB de Alagoas divulgada hoje.
Publicado por Renan Calheiros em Segunda-feira, 26 de outubro de 2020
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