É impressionante como as discussões sobre as eleições de 2014 ganharam inesperada, frenética e, até certo ponto, artificial velocidade. Diferentemente de outras épocas, quando as cartas só iam para a mesa e os blocos para a rua no ano da própria eleição.
Muito disso se deve à curiosa precipitação imposta por Dilma, Lula e o PT desde o final de 2012. A partir daí, qualquer gesto de Dilma, Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva tem sido tratado como de natureza eleitoral. Isso a 18 meses da eleição.
A dinâmica nacional contaminou os quadros regionais. Em Minas, contrariando todas as tradições e características da política mineira, a sucessão de Anastasia (PSDB) ganhou as ruas e as páginas da imprensa, de forma inédita e um tanto irracional. Fernando Pimentel (PT), que tinha dúvidas em se posicionar como candidato, lançou ofensiva no horário eleitoral, iniciou circuito de palestras no interior e chegou a colocar “outdoors” nas ruas de Montes Claros, assumindo de vez a condição de candidato do PT.
Por seu lado, o PMDB lançou o nome do senador Clésio Andrade, que procura seduzir, em Brasília e no interior, lideranças municipais.
Desde 2002, um amplo leque de forças formou-se em torno da maior liderança política mineira, o senador Aécio Neves. Ganhamos todas as últimas três eleições. Temos o governador Anastasia no comando do estado.
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O bloco liderado por Aécio e Anastasia, no tempo certo, lançará forte alternativa, alavancada pela candidatura presidencial do senador, pela boa avaliação do governador e por ampla coligação. A movimentação dos potenciais adversários introduz pressões localizadas por gestos precipitados e ações ineficazes. Precisamos ter habilidade e sabedoria. O ano de 2013 é de fortalecer Anastasia e seu governo, colhendo os frutos das sementes plantadas. Nada se decidirá antes de se ter clareza sobre qual papel Anastasia desempenhará em 2014 e, principalmente, antes da consolidação da arquitetura política que dará sustentação à candidatura presidencial de Aécio. Portanto, não há outro caminho para pré-candidatos, bases no interior, aliados: caldo de galinha, paciência, Lexotan e visão de grupo.
PublicidadeNomes não nos faltam. No PSDB, temos o presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro, o deputado e secretário de Ciência e Tecnologia Nárcio Rodrigues, o secretário de governo Danilo de Castro, os secretários Fuad Norman e Renata Vilhena, o ex-governador Eduardo Azeredo, o ex-ministro e ex-prefeito de Belo Horizonte Pimenta da Veiga, entre tantos outros. Nos partidos aliados, temos, no PP, o vice-governador Alberto Pinto Coelho e o ex-prefeito Odelmo Leão; no PSD, os deputados Marcos Montes e Alexandre da Silveira; no DEM, o deputado e secretário de Obras Carlos Melles e o deputado Lael Varella, para citar só alguns.
Temos que organizar um movimento suprapartidário e desencadear ações coletivas e unificadas. É inútil atropelar a realidade. Como a sabedoria popular mineira já ensinou, não adianta passar o carro na frente dos bois, e quem se apressa come cru.
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