Mesmo com a aprovação em dois turnos da PEC 1/2022 pelo Senado, que viabiliza a criação do “voucher caminhoneiro”, a categoria não se dá por satisfeita e não descartou uma possível paralisação em todo o país. De acordo com Wallace Landim, principal líder dos caminhoneiros e presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), a medida é claramente eleitoreira e não atende aos motoristas rodoviários.
“Eu estou trabalhando para uma organização de todos os segmentos de toda a sociedade porque a gente precisa fazer alguma coisa. Não descartamos a paralisação dos caminhoneiros, mas não vou avisar a data. Toda vez que antecipamos eu recebo uma enxurrada de liminares antes do ato, com multas pesadas”, revela Chorão em conversa com o Congresso em Foco.
Para o líder dos caminhoneiros, a corrida para a aprovação da PEC 1/2022 mostra que o governo está perdido. Além disso, a paciência dos caminhoneiros, que já não acreditam mais nas promessas de Bolsonaro, estaria no fim.
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“Essa PEC só prova que o governo está totalmente sem rumo, descontrolado. A proposta pode até ajudar a alguns segmentos do transporte como os motoristas de aplicativos, taxistas e transporte escolar, por exemplo. Para o rodoviário, não atende. O motorista do meu caminhão abasteceu 700 litros de diesel ontem e deu R$ 5.406. Então, como é que R$ 1.000 vai ajudar? Ele me mandou até um video debochando”, declara o presidente da Abrava.
Outros motivos que têm colocado a categoria, que foi uma das que apoiou a eleição de Bolsonaro, contra o governo são as frequentes altas do diesel e a falta de transparência quanto ao estoque do combustível usado pelos caminhões e a não fiscalização da tabela de fretes.
“A gente pede transparência quanto a um possível desabastecimento de diesel no país e os aumentos frequentes. Mas a única coisa que a gente tem transparência nesse governo é o quanto a Petrobras tem de lucro e o quanto paga de dividendos aos acionistas”, critica Chorão.
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