A deputada Tereza Cristina (DEM-MS), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), confirmou ao Congresso em Foco ter sido procurada pelo candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), colocando-se à disposição para dialogar sobre a composição de um eventual governo do ex-capitão do Exército. Ela garante que não foram oferecidos cargos, mas é provável que a FPA indique nomes para um eventual governo, dado o apoio do grupo a Bolsonaro.
O movimento do presidenciável contradiz uma de suas principais promessas de campanha feitas como maneira de se diferenciar da atual e das anteriores gestões presidenciais – o fim das indicações políticas em ministérios e demais postos estratégicos da administração pública. No entanto, ele deve acomodar em sua eventual gestão outros grupos parlamentares, como as bancadas da bala e a evangélica.
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“A questão ideológica é tão, ou mais grave, que a corrupção no Brasil. São dois males a ser combatidos. O desaparelhamento do Estado, e o fim das indicações políticas, é o remédio que temos para salvar o Brasil”, escreveu Bolsonaro, no dia 2 de outubro, em sua conta no Twitter (reprodução abaixo). A promessa é repetida em entrevistas e no horário político gratuito em rede nacional de rádio e TV.
A deputada, contudo, afirmou que conversou rapidamente com o candidato e negou que a Frente será a responsável pela indicação de um ministro da Agricultura caso o presidenciável de extrema-direita se eleja. Tereza Cristina disse ainda que considera ser cedo para discutir o assunto.
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A deputada disse à reportagem que a Frente poderia indicar alguns nomes, mas negou que o eventual ministro seria alguém do grupo. Segundo ela, não há nada definido e nenhum nome foi colocado em discussão, mas que Bolsonaro se disse aberto a sugestões da bancada.
“Um futuro ministro poderia ter uma boa relação com a FPA, pode ser uma sugestão da FPA. Mas isso não é uma coisa que está sacramentada”, disse ela.
A líder da bancada declarou que não há qualquer compromisso firmado e que ainda considera ser cedo demais para a discussão de nomes em um governo que ainda não foi eleito. Um dos nomes já especulados para assumir a pasta caso o candidato de extrema-direita vença a eleição é o do ruralista Luiz Antônio Nabhan Garcia, aliado e amigo de Bolsonaro. Nabhan Garcia é presidente da União Democrática Ruralista (UDR). O ruralista, considerado um “desconhecido”, não tem relação com a FPA.
Junção
Outro ponto colocado pela presidente da FPA é a ideia do candidato de unir os ministérios da Agricultura ao do Meio Ambiente. Segundo ela, a FPA se colocou à disposição de Bolsonaro para ajudar a “fazer dar certo”, mas é necessário debater como funcionaria a estrutura, que precisaria ser “muito bem pensada”.
“Você tem outras atividades do Meio Ambiente que não são ligadas com a agricultura. Então, a gente tem que ver o que eles estão pensando. Acho que é muito prematura, ainda, essa discussão. Nós precisamos primeiro ganhar a eleição. Depois, teremos dois meses para fazer a estruturação desse governo”, acrescentou Tereza.
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