O movimento #elenão, criado para fazer oposição à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) já mobilizou, desde o dia em que começaram a aparecer os primeiros tuítes (12) até a última segunda-feira (24), mais de 1,6 milhão de menções. O levantamento feito pela Diretoria de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (Dapp-FGV) mediu também o volume de menções em apoio ao candidato do PSL, como a hashatag #elesim.
As hashtags contrárias à candidatura de Bolsonaro (#elenão, #elenunca, #elejamais e variações) somaram 1,2 milhão de menções enquanto #elesim somou 283,9 mil tuítes. As menções negativas ao ex-capitão do Exército representam 75% do total.
A Dapp-FGV constatou que ganhou destaque ontem (25) a hashtag #elesimno1turno, que mobilizou 75 mil tuítes. As postagens de apoiadores do candidato contestavam os resultados de pesquisas de intenção de voto, que mostram crescimento do seu principal oponente, Fernando Haddad (PT).
#Elenão
O movimento “Ele não” surgiu como uma mobilização contra a candidatura do militar que também se manifestou no Facebook com a criação do grupo “Mulheres contra Bolsonaro”. O ápice do uso das hashtags #elenão, #elenunca e similares foi no dia 16 de setembro, quando o grupo foi hackeado na outra rede social. No Twitter, o volume das hashtags chegou a 8,3 mil tuítes por hora.
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O #elenão ganhou também o apoio de artistas nacionais e internacionais. As atrizes Deborah Secco e Leandra Leal e a cantora Pitty aderiam à campanha. A artista inglesa Dua Lipa e o grupo Black Eyed Peas também usaram a hashtag e foram aplaudidos pelos fãs. De acordo com a Dapp-FGV, o envolvimento de pessoas públicas de fora da política no debate mobilizou a expectativa de que outras artistas se posicionassem, como foi o caso da Anitta. A cantora, cujo público é majoritariamente composto por mulheres e grupos LGBTI+, evitou se posicionar até o último domingo (26). Desafiada pela cantora Daniela Mercury, a artista publicou um vídeo em que adere à campanha e convida as mulheres a participarem das manifestações contra Bolsonaro. Mesmo assim, a artista foi muito criticada pelas fãs, que a acusaram pela demora em aderir à mobilização.
Em resposta ao movimento, surgiram as hashtags #elesim e #elasnunca, em apoio à candidatura de Bolsonaro. Esse grupo, porém, conseguiu mobilizar cerca de 300 mil tuítes.
#Elasim
O movimento também fez surgir a hashtag #elasim, em referência à candidata da Rede, Marina Silva, única mulher entre os cinco primeiros colocados nas pesquisas de intenção de votos. No mesmo período analisado (12 a 24 de setembro), a hashtag #elasim foi usada em 60,5 mil postagens. Os tuítes de apoiadores de Marina mostram a candidata como uma apoiadora da pauta das mulheres e do meio ambiente.
No entanto, a Dapp-FGV constatou que, diferente do que acontece com as outras hashtags, o #elasim apresenta tendência de queda.