A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga os atos golpistas do dia 8 de janeiro, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), aprovou um requerimento para convocar o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Augusto Heleno.
O requerimento foi protocolado pelo deputado distrital Fábio Felix (Psol) e aprovado na manhã desta quarta-feira (15). Ainda não há data para o depoimento. Apesar de não estar mais no comando do GSI no dia dos ataques, o general da reserva foi o responsável por nomear auxiliares que exerciam funções no gabinete na época dos ataques.
Os deputados distritais também aprovaram as convocações do blogueiro bolsonarista, Osvaldo Eustáquio; do ex-secretário-executivo do GSI, general Carlos José Russo Assumpção; do ex-comandante do Batalhão de Guarda Presidencial (BGP), tenente-coronel Paulo Jorge Fernandes; e de três suspeitos de financiar os atos golpistas.
Leia também
A Câmara do DF também decidiu convidar o atual chefe do GSI, general Gonçalves Dias, para prestar esclarecimentos; e solicitar informações à Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) para saber quem respondia pela chefia do Departamento de Operações (DOP) no momento dos atos golpistas.
Nesta quinta-feira (16), a CPI deverá ouvir coronel da PMDF Jorge Eduardo Naime. Ele estava designado como chefe do departamento operacional no dia 8 de janeiro, mas estava afastado das funções no período de 3 a 8 de janeiro. A CPI suspeita de uma omissão por parte do coronel e de uma possível ação combinada entre os oficiais da força de segurança.
Também estava previsto para esta quinta o depoimento do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, então secretário de Segurança do DF no dia dos ataques. O depoimento foi adiado para o dia 23, após a data inicialmente prevista coincidir com o depoimento que Torres prestará ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). sobre a minuta golpista encontrada em sua casa.
PublicidadeO documento previa a investigação de casos de abuso de poder, suspeição de medidas ilegais da presidência do TSE antes, durante e depois do processo eleitoral. O ex-secretário é testemunha de uma ação que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por ações e declarações que lançam “graves e infundadas suspeitas sobre o sistema eletrônico de votação”.