Hoje, 14 de novembro, uma nova explosão alarmou a Câmara dos Deputados, em Brasília, evidenciando a gravidade da escalada de violência política que vem tomando o país. Servidores da Câmara relataram ter ouvido um barulho de explosão ao chegarem ao local, embora a informação ainda não tenha sido confirmada oficialmente pela polícia ou pelo Congresso. Este episódio ocorre apenas um dia após um caso igualmente preocupante: em 13 de novembro, um homem carregando explosivos foi contido em Brasília. Durante a abordagem de segurança, ele chegou a acionar um timer e possivelmente vestia dispositivos no cinto, mas não resistiu à explosão que ele mesmo causou.
Esses eventos recentes reforçam a necessidade urgente de enfrentar a violência crescente na sociedade brasileira, alimentada por um discurso de ódio e polarização política. Ao tentar reduzir esses episódios a “casos isolados” ou “questões de saúde mental,” ignora-se um aspecto central: o impacto devastador do extremismo político e dos discursos de ódio sobre o equilíbrio psicológico e social do país.
Esse clima de hostilidade, impulsionado pelo movimento bolsonarista, vai além de atos isolados, refletindo uma contínua incitação ao desprezo pelas instituições democráticas. A propagação desses discursos extremos tem se traduzido em tragédias reais, como o assassinato em uma festa temática do PT, onde um bolsonarista tirou a vida de um homem apenas por diferenças políticas.
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Outros casos, como a tentativa de atentado a bomba na posse do presidente Lula e o ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, mostram uma tendência perigosa e organizada, que coloca a sociedade e a democracia em risco. No entanto, é impossível ignorar o despreparo do governo do Distrito Federal em lidar com a segurança de áreas de importância nacional. A recorrente negligência em proteger pontos estratégicos de Brasília representa uma séria falha na preservação da ordem pública e da democracia.
Um governo que falha em assegurar a proteção local e só se faz presente após o caos estar instalado parece flertar com um cenário antidemocrático, no qual a ausência de prevenção abre brechas perigosas para ações extremistas. A incapacidade de agir de forma preventiva indica não apenas despreparo, mas também uma postura que facilita a instalação do descontrole e contribui para o ambiente de insegurança que corrói a democracia.
Uma recente conversa com uma psiquiatra ressaltou como o ódio disseminado na sociedade afeta diretamente a saúde mental de milhões de brasileiros, gerando medo, ansiedade e desamparo. Apenas aqueles que se encontram no espectro da psicopatia são insensíveis a esse sofrimento coletivo. Nesse contexto, o movimento bolsonarista, ao estimular o desprezo pelas instituições e promover um ambiente de constante confronto, agrava esse quadro de insegurança e deteriora o tecido social.
Minimizar esses episódios como “questões de saúde mental” ignora a responsabilidade social e política de quem alimenta o ódio e legitima a violência. Não é possível desvincular esses atos da atmosfera de hostilidade incentivada por líderes e figuras públicas que desrespeitam abertamente as instituições democráticas. A cada ameaça ou ataque, fica evidente que o bolsonarismo está por trás de um discurso que estimula o desprezo pelas autoridades e cria um ambiente onde a violência parece legítima. A sociedade brasileira não pode mais ver esses casos como isolados. É preciso agir urgentemente contra essa espiral de violência política e restaurar um ambiente seguro e democrático. A continuidade dessa escalada é um risco direto ao bem-estar coletivo e ao futuro da democracia no país. Enfrentar a intolerância e conter a violência política é fundamental para garantir que o Brasil seja um lugar de convivência pacífica, respeito às diferenças e respeito às instituições democráticas.
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