O Conselho de Política Monetária do Banco Central (Copom) divulgou a ata da sua reunião da semana passada, em que elevou em um ponto percentual a taxa básica de juros, que passou de 11,75% ao ano para 12,75%.
“No cenário externo, o ambiente global seguiu se deteriorando”, inicia o texto da ata, ao falar a conjuntura econômica e o cenário no qual ocorreu a reunião.
“As pressões inflacionárias decorrentes da recuperação global após a pandemia foram exacerbadas pelo avanço nos preços de commodities este ano e, mais recentemente, pela nova onda da Covid-19 na China, com potencial de prolongar ainda mais o processo de normalização do suprimento de insumos industriais”, considera.
Leia aqui a íntegra da ata do Copom.
“A reorganização das cadeias de produção globais, já impulsionada pela guerra na Ucrânia, deve se intensificar, com a busca por uma maior regionalização na cadeia de suprimentos. Na visão do Comitê, esses desenvolvimentos podem ter consequências de longo prazo e se traduzir em pressões inflacionárias mais prolongadas na produção global de bens”, analisa a ata.
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No âmbito interno, o Copom aponta para a perspectiva de alta da inflação. “A inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, se mostrando mais persistente que o antecipado”, observa. “A inflação de serviços e de bens industriais se mantém alta, e os recentes choques levaram a um forte aumento nos componentes ligados a alimentos e combustíveis”.
“Nos itens mais voláteis, continua se destacando o aumento do preço da gasolina, com impacto maior e mais rápido do que era previsto”, diz a ata do Copom. “As expectativas de inflação para 2022 e 2023 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 7,9% e 4,1%, respectivamente”, projeta.
“Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 12,75% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2023”, conclui o Copom.