Um memorando interno da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prevê que a conta de luz dos brasileiros deverá ficar, em média, 21,04% mais cara no ano de 2022. Afetado por uma crise hídrica severa – a maior em 91 anos de série histórica -, por uma necessidade de aquisição de energia emergencial e pela necessidade de recompor perdas de distribuidoras de energia estariam entre os principais fatores que pressionarão o custo da energia elétrica.
A informação foi revelada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. Um dos principais fatores responsáveis pelo futuro aumento tarifário é a necessidade de o governo pagar o leilão de energia de reserva, ocorrido em outubro desse ano em modo emergencial. A aquisição – que deve atender os consumidores das regiões Sul-Sudeste-Centro-Oeste, custará R$ 9 bilhões aos consumidores apenas em 2022.
Outra das preocupações da Aneel sobre a conta de luz vem da bandeira tarifária, que chegaria a abril de 2022 com um déficit de R$ 13 bilhões. A sobretaxa, cobrada em momentos de maior indisponibilidade de recursos para geração, já opera em um patamar chamado de “escassez hídrica”, e cobra R$14,20 para cada 100 kWh consumidos.
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A agência também prepara, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma segunda rodada de empréstimos às distribuidoras de energia elétrica, que tiveram suas concessões afetadas pela queda de consumo durante a pandemia de covid-19.
A primeira rodada, realizada em 2020, levantou R$15 bilhões para mais de 50 empresas ao redor do país – modelo que deve se repetir nesta nova rodada, com juros provavelmente mais elevados. O valor total destes dois empréstimos devem ser pagos pelos consumidores, por meio de um encargo específico adicionado à conta de luz.
Em um comunicado na noite desta sexta-feira (12), a Aneel não negou o conteúdo do relatório. “As informações veiculadas sobre aumento na conta de luz em 2022 correspondem a estimativas preliminares baseadas em cenários hipotéticos que ainda não consideram as medidas de atenuação tarifárias que serão implementadas em 2022”, indicou a agência reguladora, que alertou para uma seca histórica e medidas excepcionais adotadas pelo Ministério de Minas e Energia.
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