Atualmente, o Brasil é o país onde grupos de extrema direita mais crescem no mundo, é o que aponta pesquisa feita pala ONG Anti-Defamation League (ADL). Segundo os dados divulgados pelo Observatório da Extrema Direita, que faz o monitoramento de grupos de extrema direita em universidades brasileiras e de outros países, São Paulo é o estado que apresenta maior presença de grupos de extrema direita. Em um total de 137 células espalhadas pelo estado, 51 estão na capital paulista. As informações são do jornal O Globo.
Em todo o país, já são mais de 530 células extremistas. A pesquisadora Adriana Dias, da Universidade de Campinas (Unicamp), dividiu os estudos desses grupos em categorias, de acordo com suas ideologias, como Hitlerista/Nazista, Negação do Holocausto, Ultranacionalista Branco, Radical Catolicismo, Fascismo, Supremacista, Criatividade Brasil, Masculinismo Supremacia Misógina e Neo-Paganismo racista. Em 2019, um especialista detectou 334 células.
Os estudos também apontam o crescimento de células extremistas desde a chegada de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto. Hoje estima-se que 15% dos brasileiros são de extrema direita. Para o pesquisador Michel Gherman, membro do Observatório da Extrema Direita, professor de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Instituto Brasil-Israel, a eleição de Bolsonaro criou no Brasil uma “Disneylândia do neonazismo”, pois os que o defendem “passaram a se sentir mais à vontade”.
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“Nossa extrema direita tem várias facetas, vertentes, origens e tradições históricas. Um setor busca se articular em torno de Bolsonaro, mas outros vão além. Incorporam a quarta teoria política russa, assim como expressões da Ucrânia, Estados Unidos e do centro da Europa. Mesmo se Bolsonaro não se reeleger, a extrema direita permanecerá”, disse ao Globo o professor de História Contemporânea da UFJF, Odilon Caldeira, autor do livro O fascismo em camisas verdes.